
Carpeta Serguem Jessuí, diretor executivo da ONG Visão Mundial no Brasil
O município de São José da Tapera, no interior de Alagoas, era até três anos atrás, um dos municípios mais pobres do país, onde o índice de mortalidade infantil atingia o número de 180 óbitos por mil nascidos vivos. A morte de crianças com menos de um ano de idade era tão corriqueira que, nos armazéns e vendas, pequenos caixões de madeira eram comercializados ao lado de gêneros como arroz e farinha. Em três anos de atuação no município, o braço brasileiro da ONG Visão Mundial – presente em mais de 90 países – conseguiu reduzir em 77% a taxa de mortalidade infantil, que hoje não passa de 40 por mil.
O segredo desta mudança foi aliar assistência social a desenvolvimento auto-sustentável. Foram implantados bancos de sementes, distribuição de misturas alimentícias e construções de cisternas, com as quais é possível armanezar água das escassas chuvas e garantir o abastecimento durante os oito meses de seca, para uma família de, no máximo, seis pessoas. Essas soluções emergenciais diminuíram em 63% a taxa de mortalidade infantil, logo no primeiro ano.
Por meio dos investimentos de empresas parceiras e doações de pessoas físicas, além do apoio do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), a Visão Mundial já conseguiu, ao longo dos 26 anos de atuação no Brasil, transformar realidades. Hoje, a ONG apóia 76 projetos e programas sociais, por meio dos quais presta suporte técnico, social, cultural e econômico financeiro a, aproximadamente, 647 mil pessoas diretamente, e a 3,8 milhões indiretamente. Seus projetos e programas desenvolvidos alcançam 14 estados brasileiros, 346 municípios e 750 comunidades rurais e urbanas. Somente em 2002, foram investidos mais de R$ 27 milhões concentrados, principalmente, em ações de educação e saúde.
O voluntariado também está presente nesta ONG – cerca de 750 pessoas apóiam os trabalhos de diferentes maneiras. Esse número cresce para 5.850 pessoas, quando são incluídos os voluntários que colaboram com o projeto de apadrinhamento de crianças. Este, aliás, é um dos programas mais bem-sucedidos da entidade. O “Adote uma Criança” tem o objetivo de transformar a vida de meninos e meninas que moram em comunidades pobres do país. O Vale do Jequitinhonha e o sertão de Pernambuco, Alagoas e Piauí são algumas das regiões pobres preferencialmente atendidas.
Por meio da doação de R$ 30 mensais, os padrinhos e madrinhas apóiam os projetos desenvolvidos pela ONG numa determinada localidade. O dinheiro arrecadado é convertido em benefícios nas áreas de educação, saúde, desenvolvimento comunitário, desenvolvimento econômico, agroecologia e habitação. “O foco de nosso trabalho é o desenvolvimento sustentado que prioriza crianças e adolescentes”, explica Serguem Jessui Machado da Silva, diretor executivo da ONG.
Os colaboradores, por sua vez, têm a oportunidade de fazer um acompanhamento da criança ‘adotada’. Eles podem se corresponder com os afilhados por meio de cartas e relatórios, para saber como vai a evolução destes nos estudos e nas condições de saúde. Quem quiser ir mais adiante, pode programar uma visita à criança antedida, mas sempre sob a supervisão de um técnico da Visão Mundial.
Visão Mundial – Tel.: (31) 3074-0101
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