
Crianças atendidas pela Bolsa-Escola em Moçambique
Em 1998, o atual ministro da Educação, Cristovam Buarque, criou a Organização Não-Governamental Missão Criança. A idéia inicial era promover um canal de combate à pobreza e à exclusão social. Nesse sentido, havia um objetivo principal: eliminar o trabalho infantil. Os organizadores do movimento sempre tiveram em mente que o único meio capaz de vencer esse desafio é o investimento constante em educação.
Desde o início, a Missão Criança dedicou-se à concepção, divulgação e implantação de projetos na defesa da criança e do adolescente. O mais importante projeto, sem dúvida, foi o de levá-los à escola. Mas como fazer isso, enquanto muitas famílias sobrevivem às custas da força de trabalho dos filhos pequenos? Foi a partir dessa incógnita que surgiu a idéia do “Bolsa-Escola Cidadã”. Este programa nada mais é do que a concessão de um benefício às famílias pobres que mandarem seus filhos às aulas. Essa é a única forma de crianças e adolescentes não frequentarem mais as ruas – e, ainda assim, levarem renda para a família.
Hoje, seis anos depois de seu surgimento, a Missão Criança administra o funcionamento do projeto Bolsa-Escola Cidadã e os recursos recebidos de doações. Cerca de 1003 famílias são atendidas, beneficiando 2.386 crianças com idades entre 6 e 16 anos, em 18 municípios brasileiros. Porém, não é apenas no Brasil que essa idéia faz sucesso. Hoje, a experiência – que teve sua primeira implantação no Distrito Federal – está, também, presente em vários países. Em São Tomé e Príncipe, a experiência vem sendo desenvolvida em caráter piloto desde 2001, e atinge 200 famílias. Em Moçambique, o projeto tem sido considerado pelo governo daquele país, a estratégia mais importante de combate à pobreza.
A idéia também já chegou à Tanzânia, onde o projeto está sendo desenvolvido em caráter piloto. Nele, 50 famílias devem receber durante dois anos um auxílio de US$ 20 mensais. Na prática, esse dinheiro tem as metas de manter crianças em sala de aula, evitar evasão escolar e incentivar a transferência da renda. No Equador, por exemplo, o programa foi implantado há menos de dois anos e conta com o apoio governamental. O resultado desta parceria é que, neste país, a bolsa já beneficia 40 mil famílias.
Neste momento, mais uma nova nação passa a fazer parte desta lista: técnicos do Missão Criança estão agora na Guatemala, América Central. O objetivo da viagem é oferecer uma orientação técnica para os gestores do programa naquele país, por meio da Agência Brasileira de Cooperação (ABC). Inicialmente, serão selecinadas 50 famílias para receber o benefício de US$ 20 por mês. Vale destacar que o Brasil assinou um termo de cooperação técnica com as nações beneficiadas, sendo que toda a instalação do projeto fica a cargo da ONG Missão Criança. Outros dois países – El Salvador e Bolívia – também vão implantar a idéia nos próximos meses.
Todo esse sucesso levou a Missão Criança ao reconhecimento nacional e internacional. O presidente da Organização das Nações Unidas (ONU), Kofi Annan, reconheceu o Bolsa-Escola como o melhor programa para a erradicação da pobreza. A ONG também recebeu o “Prêmio Criança 2000”, oportunidade em que a Fundação Abrinq mostrou a importância da ONG Missão Criança para o desenvolvimento da infância brasileira.
Missão Criança – Tel.: (61) 425-1090
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