Portas abertas para o primeiro emprego (2008/02)

Edialeda Bergmann (esq) e Gislaine Lins – Projeto Pescar Sabin

Laboratório Sabin oferece curso de capacitação profissional para jovens de baixa renda do DF

Entre os meses de março e novembro de 2008, quinze jovens de baixa renda do Distrito Federal terão a oportunidade de participar gratuitamente da formação profissional coordenada pelo Laboratório Sabin. Trata-se da quinta edição do Projeto Pescar Sabin, que oferta curso de Auxiliar de Serviços Administrativos, com aulas nas áreas de recursos humanos, inglês, informática, etiqueta social e contabilidade, num total de 800 horas/aula, entre atividades teóricas e práticas.

A idéia começou no Rio Grande do Sul em 1976 e se expandiu por todo Brasil e também para outros dois países da América Latina (Argentina e Paraguai) por meio do sistema de franquia social, concedida pela Fundação Projeto Pescar. Desde a sua criação, o projeto já atendeu mais de 12 mil jovens, sendo 1.174 somente no ano passado.

Na capital federal, a proposta desembarcou em 2004 e é desenvolvida até hoje somente pelo Laboratório Sabin, com o auxílio de diversas empresas, que colaboram na manutenção e sustentabilidade do projeto. “Os parceiros fornecem alimentação, uniformes, roupa para a formatura no final do curso, atendimento médico e odontológico, entre outros”, explica a coordenadora do curso, Edialeda Bergmann. Para 2008, a expectativa é ampliar o portfólio de parceiros e trabalhar como uma agência de empregos. “Ao longo do ano vamos apresentar o projeto para empresas de Brasília. A idéia é sermos uma referência em mão-de-obra qualificada”, revela.

O curso é voltado para jovens com idade entre 16 e 19 anos, que passarão por um exigente processo seletivo ao longo do mês fevereiro. Já na primeira etapa, no ato de inscrição, o candidato deverá comprovar matrícula no Ensino Médio em escola pública, renda de até meio salário mínimo por pessoa da família e ter disponibilidade para estudar no período noturno. Em seguida, os jovens serão submetidos a uma prova de conhecimentos gerais. Se aprovados, ainda terão que passar por entrevista individual, visita à residência e uma bateria de testes pedagógicos, que avaliarão a capacidade de trabalhar em equipe.

“Nossa proposta é resgatar os jovens que estão em situação de vulnerabilidade social e que contam com o apoio da família para realizar o curso. Por isso, é importante checar se as informações fornecidas correspondem à realidade deles”, destaca a coordenadora.

As aulas serão realizadas de segunda a sexta-feira, das 08 às 14 horas, na unidade do Sabin instalada no Areal, cidade próxima à Taguatinga. Além do acompanhamento pedagógico, os estudantes terão, ainda, direito ao material didático, alimentação, vale-transporte e uniformes.

Pescadores de oportunidades

A aproximação com o mercado de trabalho é certa. Dos 56 alunos beneficiados desde a criação do projeto, 85% já foram selecionados para postos de trabalhos. Exemplo disso é Gislaine de Sousa Lins, 18 anos, que participou da última edição do projeto. Antes mesmo do final do curso, ela foi contratada pelo próprio laboratório. “Desde agosto do ano passado trabalho como jovem aprendiz no Sabin, onde tive a oportunidade de decidir o que quero fazer daqui para frente”, conta orgulhosa. Nos planos estã terminar o ensino médio já em fevereiro, fazer curso técnico de patologia clínica e, no futuro, formar em farmácia bioquímica.

Para Diarlis Bruno, integrante da terceira edição do curso realizada em 2005, a participação no projeto foi fundamental para sua colocação no mercado de trabalho. A experiência do Pescar trouxe a possibilidade de estagiar no Cartório do Terceiro Ofício de Notas de Brasília, onde posteriormente foi contratado e trabalha até hoje. “Passei por uma ‘pescaria’ de sonhos. Hoje acredito que todos têm potencial, inclusive eu”, conclui.

Mas fazer o curso não é garantia de emprego. “Nossa proposta não é dar o peixe, mas sim ensinar a pescar. No curso o jovem aprende muitas coisas, inclusive como se apresentar para uma entrevista, que irá auxiliá-lo na conquista de uma vaga de trabalho. Mas o que vai determinar ou não sua ascensão profissional é a garra e a vontade de vencer”, avisa Edialeda Bergmann.

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