Imagens de superação na capital federal

O desafio da superação – foto da exposição

Atletas paraolímpicos são tema de mostra fotográfica que chega a Brasília no final do ano

Brasília receberá uma exposição fotográfica especial neste ano. Trata-se da mostra do fotógrafo Bruno Quintas Tresinari Bernardes, que traz inicialmente 20 fotografias sobre várias modalidades do esporte adaptado registradas em competições realizadas no Brasil. O trabalho ficará em cartaz de 4 a 13 de dezembro, no Espaço do Servidor da Câmara dos Deputados, que possui acesso para pessoas com deficiência.

Parte das imagens que serão expostas foi captada durante o campeonato V Open de Tênis em Cadeira de Rodas, realizado no Distrito Federal pela ONG Inserir em abril do ano passado. Mas segundo o fotógrafo, a expectativa é incluir também fotografias do Parapan-americanos, que ocorre no Rio de Janeiro entre os dias 12 e 19 de agosto. “Se eu conseguir patrocínio para fotografar esta competição o número de fotos será ampliado e com imagens espetaculares”, conta.

Segundo o fotógrafo, uma das grandes motivações para a realização deste trabalho é uma preocupação social. “Um atleta com deficiência é fonte de inspiração, de coragem e de determinação. Por outro lado, um aspecto chocante é o pouco interesse que a mídia tem nesse universo. Este ano teve em Brasília uma seletiva para o Parapan, que não recebeu cobertura. As arquibancadas estavam vazias enquanto atletas do Brasil inteiro quebravam recordes. Espero que o meu trabalho ajude a mudar um pouco esse abandono”, salienta.

Apaixonado por fotografias desde a infância, Bernardes só começou a levar a sério este trabalho nos últimos tempos. “Há uns três anos comecei um trabalho mais sistemático, de amador sério. Registrar o esporte adaptado é uma nova paixão e um desafio, porque são modalidades esportivas muito dinâmicas, que requerem do fotógrafo não apenas equipamentos de ponta e conhecimento técnico, mas sensibilidade para fugir das imagens clichês”, explica. Ainda segundo ele, o trabalho exige muito preparo físico para acompanhar o ritmo dos atletas. “Quando eu fotografo um amputado descendo de rappel numa cachoeira, eu desço junto com ele, em uma corda ao lado, quando fotografo um nadador eu prendo o fôlego e fotografo do fundo da piscina”, conta.

Também consultor em Desenvolvimento Sustentável e Responsabilidade Socioambiental, o fotógrafo não conta com o apoio de nenhuma instituição para a realização do trabalho. “Quem mais me apoiou até agora foram os atletas que vêem as fotos e ficam felizes em saber que tem alguém interessado pelo trabalho deles. Esse feedback deles é muito motivador”, destaca.

NÚMEROS

Segundo dados do Censo realizado em 2000 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cerca de 24,5 milhões de pessoas no país apresentam algum tipo de deficiência, o que representa 14,5% da população Brasileira.

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