Quarenta e cinco mulheres aprenderam a costurar e montaram a Associação Girassol para garantir que o novo ofício se transforme em fonte de renda
A cidade do Varjão, uma das cinco regiões administrativas com a menor renda per capita do Distrito Federal (DF), tem uma nova central de costura e artesanato. Trata-se da “Associação Girassol”, entidade criada em 2008 e que beneficia hoje 45 mulheres com a geração de emprego e renda a partir do aprendizado do ofício de costureira industrial.
Por três meses, o grupo participou de treinamento, capacitação e informação, disponibilizados nos três períodos – manhã, tarde e noite –para atender a disponibilidade das participantes sem que deixassem de trabalhar e cuidar de suas casas e famílias. Além do curso de costura industrial, elas receberam, ainda, orientação para estimular a formação da associação, para que ingressassem no mercado de forma mais competitiva.
“A maioria das novas costureiras iniciaram o curso sem saber pegar em uma agulha ou usar uma máquina de costura”, destaca a instrutora das oficinas, Tereza de Sousa. Ao final de 230 horas de treinamento elas já confeccionam blusas, calças, vestidos e o que mais a imaginação permitir. “A garra, a determinação e a vontade de trabalhar dessas meninas fizeram com que aprendessem uma profissão que certamente abrirá portas para todas elas”, avalia.
“É muito bom poder trabalhar com a comunidade do Varjão para promover melhoria de vida”, orgulha-se, a presidente da entidade, Gislaine Lisboa. Casada, mãe de três filhos, ela se formou no mês passado junto com as demais participantes do projeto.
A dedicação para o aprendizado do novo ofício já rendeu bons frutos para o grupo. Um dos resultados é a parceria com a empresária do Rosângela Munhoz, que em busca de novas costureiras conheceu o trabalho da Girassol. “A parceria é boa para os meus negócios e gera trabalho para a associação. Todo mundo ganha”, explica.
Para o presidente do Sindicato das Indústrias de Confecções e Vestuário (Sindivest), Márcio Franca, o segmento do vestuário necessita de mão-de-obra qualificada. “A qualificação da Girassol tem uma diferença competitiva no mercado”, diz. Franca já convidou a associação a assinar um convênio de prestação de serviço com o sindicato para que possa ser indicada para empresas do DF que buscam por grupos de trabalho gerando, dessa forma, novas oportunidades de negócios. O presidente já garantiu à entidade a confecção de 400 uniformes para o restaurante Xique-Xique, notícia comemorada pelas costureiras.
O apoio formal da associação de costureiras é uma das ações do Projeto Desenvolvimento Integrado do Varjão que está sendo executado pela Administração da cidade e pelo Sebrae no DF. Com o mesmo objetivo de apoio a sustentabilidade da população também já foi consolidada a Associação de Reciclagem de Resíduos Sólidos, que está garantindo uma renda mensal para 25 famílias carentes da cidade, além de cursos de capacitação profissional para jovens de 18 a 22 anos. “O sucesso dessa ação são as parcerias estratégicas. Ninguém faz nada sozinho”, destaca o diretor do Sebrae, José Carlos De Luca.
“A baixa escolaridade da população dificulta a empregabilidade. Para resolver esse problema, temos projetos com foco em sustentabilidade e, agora, encontramos o apoio que precisávamos para executá-los”, explicou a administradora do Varjão, Luiza Versillo.
Para facilitar o acesso a outros empresários interessados na mão-de-obra qualificada, a Girassol está instalada em um espaço do galpão de 200 metros quadrados localizado logo na entrada da cidade.
Administração Regional do Varjão – Tel.: (61) 3468.1112 e Sebrae DF – Tel.: (61) 3362-1659 / 1700
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