O instituto foi criado em 21 de março de 1995, dia do aniversário do piloto, com a intenção de direcionar para projetos sociais o dinheiro arrecadado em contratos de utilização das marcas Senna e Senninha e a imagem de Ayrton Senna. Viviane Senna trabalhou como psicóloga durante 15 anos, antes de assumir o IAS. Evangélica, nunca havia assumido nenhuma função administrativa nas empresas da família. O www.RESPONSABILIDADESOCIAL.COM conversou com Viviane e conta um pouco mais dos vários projetos que o Instituto Ayrton Senna vem desenvolvendo no Brasil. Confira:
1) Responsabilidade Social – Como surgiu a idéia de criar o Instituto Ayrton Senna?
Viviane Senna – Dois meses antes do acidente em Ímola, em 1994, Ayrton me disse que pretendia fazer uma ação organizada para ajudar a melhorar as condições sociais dos brasileiros e, principalmente, de crianças e jovens. Espelhado nesta idéia, nasceu o Instituto Ayrton Senna que, em 2004 completará dez anos de existência e juntou-se à coleção de vitórias de Ayrton. O Instituto é uma organização não governamental, sem fins lucrativos, de atuação nacional, com o objetivo de criar oportunidades de desenvolvimento humano a crianças e jovens para que possam viver como pessoas, cidadãos e profissionais nessa atual sociedade globalizada e competitiva.
2) RS – Qual a proposta de atuação do Instituto Ayrton Senna?
VS – Todo o trabalho do Instituto está pautado no paradigma do desenvolvimento humano. Esse conceito defende que todos nascem com potenciais e têm o direito de desenvolvê-los. Para isto é preciso que tenham oportunidades. Acreditamos que são as oportunidades educativas que verdadeiramente desenvolvem os potenciais do ser humano, transformando-os nas competências para ele ser, conviver, conhecer e produzir na sociedade do século 21. Em todo o país, estão em andamento nove programas do Instituto, distribuídos em 463 projetos.
3) RS – Quais os principais projetos desenvolvidos pelo Instituto?
VS – Para alcançar esses objetivos, o Instituto Ayrton Senna desenvolve programas nas áreas de educação formal, educação complementar e ações junto a juventude. Na educação formal são trabalhadas a aceleração da aprendizagem, o combate ao analfabetismo, a gestão escolar e a tecnologia. Já na educação complementar estão os programas que utilizam a arte, a comunicaçao e o esporte para o desenvolvimento das competências. Além disso, há programas que atuam para desenvolver o protagonismo juvenil e o desenvolvimento sustentável de regiões desfavorecidas além de outros valores fundamentais que ajudem o jovem a se inserir na sociedade deste início de século. Mais detalhes a respeito da atuação do IAS estão disponíveis no portal http://www.senna.org.br. Ele traz informações sobre as questões infanto-juvenis e vários links com os programas e as ações realizados pela instituição.
4) RS – É possível quantificar o número de pessoas que já receberam e/ou recebem apoio do Instituto? Quanto é investido anualmente?
VS – Sim. As crianças e jovens atendidos este ano pelos programas do Instituto somam 977.547, em um investimento de R$ 19 milhões. Neste trabalho estão envolvidos 51.217 educadores em 3.375 escolas, organizações não-governamentais localizadas em 460 municípios em 24 estados brasileiros.
5) RS – Como a senhora avalia o retorno do “Grande Prêmio Ayrton Senna de Jornalismo”?
VS – O GP Ayrton Senna de Jornalismo, desde sua instituição em 1997, firmou um sólido compromisso com o novo direito da infância e da juventude e buscou consolidar esses direitos na consciência social de nossa população por meio da construção de uma aliança com a imprensa. Mais recentemente, a partir de 2001, o prêmio teve sua temática ampliada, sem perder o foco nas novas gerações. O objetivo é contribuir para alargar a ótica dos direitos das crianças e jovens, estendendo-os não como fins em si mesmos, mas como meios a serviço da finalidade maior que é promover o desenvolvimento humano das novas gerações. A cada edição percebemos o aumento do interesse dos jornalistas. Na primeira edição, em 1998, tivemos 442 matérias de 309 participantes e na última alcançamos o marco de 1.610 reportagens, apresentadas por 563 jornalistas. A qualidade dessas reportagens mostrou-nos que efetivamente a imprensa assumiu um compromisso com o desenvolvimento humano dos cidadãos do futuro.
6) RS – Como se dá o processo de voluntariado e parcerias dentro do Instituto Ayrton Senna?
VS – Diretamente, o Instituto Ayrton Senna não trabalha com voluntários. Mas por meio do Cartão Instituto Ayrton Senna Credicard, as pessoas podem colaborar com o Instituto, porque parte dos recursos vem para a o trabalho da organização junto ao público infanto-juvenil.
7) RS – Quais as dificuldades (desafios) que o Instituto Ayrton Senna enfrenta no Brasil? Há dificuldades, por exemplo, de relação com parcerias, com a burocracia governamental ou com o arregimento de voluntariado?
VS – O Instituto não tem nenhum problema com parcerias. Aliás, entendemos que para superar a enorme distância existe entre o nosso PIB e o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) toda a sociedade brasileira precisa atuar em conjunto: a iniciativa privada, as entidades do terceiro setor e o governo. Só assim será possível enfrentar os enormes desafios que temos e superar as desigualdades sociais. Não podemos ficar presos em ações pontuais, fragmentadas e isoladas. Temos de agir de maneira sinérgica, estratégica e convergente. Trabalhar em uma estratégia conjunta. Por isso, o Instituto busca parcerias com outras entidades, com empresas e com o governo. Alguns dos nossos programas, como o Acelera e o Se Liga, se tornaram políticas públicas em Goiás, onde estão conseguindo resultados muito bons na educação das crianças e, mais recentemente, em Pernambuco, ambos frutos de alianças com os poderes público e privado.
8) RS – O que a senhora entende por Responsabilidade Social?
VS – É cada um assumir a responsabilidade de enfrentar o enorme desafio que temos pela frente para sermos definitivamente inseridos no rol das grandes nações: reduzir a absurda diferença entre o país que somos em termos econômicos, com o 12º maior PIB do mundo, e o país que queremos ser em matéria de Desenvolvimento Humano, mas que hoje é o 65º colocado no IDH. O tema da responsabilidade social das empresas e instituições vem merecendo atenção crescente das grandes corporações e mobiliza não só o mundo empresarial, mas a sociedade como um todo. É consenso que a responsabilidade social agrega valores às marcas e gera um forte diferencial na relação com clientes, mas certamente não é apenas isto que faz com que cada vez mais empresas e instituições incorporem às suas funções de origem um papel antes exercido apenas pelo estado.
Instituto Ayrton Senna – Telefone: (11) 2974-3000
Também nessa Edição :
Perfil: Roberto Marinho
Artigo: Imagem é diferente de reputação
Notícia: O que deu na mídia (Edição 14)
Notícia: CVV: Sempre pronto para estender a mão
Notícia: Amor à natureza
Notícia: Desenvolvimento pela Reciclagem
Leave a Reply