
Por Marcio Zeppelini
Quem me conhece ou acompanha meus textos sabe que sou um eterno e incansável defensor do desenvolvimento e da sustentabilidade por meio do turismo. Quando viajo pelo País, lamento o tempo que estamos perdendo (e, também, o dinheiro) por não assumirmos de vez o papel de “quintal” do mundo, estabelecendo o Brasil como um dos principais destinos turísticos.
Nenhum outro país possui tamanha diversidade ambiental, paisagística e cultural – desta, deriva-se ainda a infinidade de pratos gastronômicos criados aqui e as diversas tribos musicais que compõem nosso repertório. E todo esse potencial turístico não é devidamente aproveitado nem pelo governo, nem pela iniciativa privada.
Incentivar a vinda de turistas estrangeiros ao Brasil não só traz divisas ao mercado interno, incrementando o Produto Interno Bruto (PIB), como é importante processo gerador de empregos e, consequentemente, de bem-estar social. Segundo dados mais recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o turismo brasileiro movimentou R$ 149,64 bilhões em 2006, o equivalente a 3,6% de nosso PIB. Teria facilmente condições de movimentar três, quatro ou cinco vezes mais se estivéssemos mais capacitados. O que significa que cerca de 20% de nossas riquezas seriam movimentadas por meio do turismo interno e estrangeiro.
O Brasil tem riquezas naturais, históricas e culturais de dar inveja ao restante do mundo. Em todo o Nordeste, o sol brilha mais forte nas belíssimas praias de areia clara e mar azul. A gastronomia do Sul e Sudeste brasileiros dá água na boca de europeus (até de franceses e italianos!). São Paulo já detém “frota” cultural e gastronômica maior que Nova York. O ecoturismo pode ser explorado do Oiapoque ao Chuí e, em especial, na maior floresta do mundo – a Amazônia. No Rio de Janeiro, um misto de beleza natural, festas, praias agitadas e gente bonita. Sem contar a alegria, irreverência e hospitalidade característica do povo brasileiro.
Apesar de tudo isso, o Brasil ainda peca na questão da infra-estrutura. Mão-de-obra, pique de trabalho, alegria, hospitalidade, entre tantas outras qualidades, nós temos de sobra! Entretanto, faltam investimentos em hotéis, restaurantes, centros de lazer e educação para o turismo, especialmente em regiões como Norte e Nordeste – destinos que encantam qualquer viajante – daqui ou de fora.
Em breve, também teremos uma Copa do Mundo e uma edição das Olimpíadas – e pouco mais de quatro anos para nos preparar! É preciso observar os detalhes, pensar universalmente e rever cada item de nossas atividades a fim de tratar os turistas – internos ou estrangeiros – da melhor maneira possível. Não é só deles que precisamos para colocar lenha na fogueira, mas das indicações que eles farão ao retornarem às suas terras natais.
Creio que governo, empresas e ONGs devam fazer um pacto a fim de incrementar o turismo nacional e gerar riqueza ao país. O governo fará seu papel por meio de incentivos fiscais e investimentos em transportes e comunicações. A iniciativa privada, investindo pesado na rede hoteleira e na indústria do entretenimento de cidades potencialmente turísticas. Já ao setor social, cabe identificar as tantas oportunidades que esse crescimento turístico propiciará. Projetos de geração de renda, profissionalização, inclusão pelo esporte e educação ambiental são só algumas das dicas que podem prover as ONGs de parcerias com o Governo e com a iniciativa privada.
Nos próximos dez anos, nosso Brasil viverá uma grande transformação que, se Deus quiser, não terá volta. Vamos começar essa mudança desde agora?
Em tempo: aos cariocas e aqueles que moram, trabalham ou, assim como eu, são apaixonados pelo Rio: a conquista da sede das Olimpíadas na Cidade Maravilhosa fará consolidar nosso Rio de Janeiro como a cidade mais linda do mundo. Em beleza natural ela já é. Agora, será também em infra-estrutura, pois o legado ficará para nós e para nossos filhos. Cabe a todos nós “auditar” as gigantes verbas que serão destinadas/desviadas das obras…
Marcio Zeppelini é graduado em Produção Editorial pela Universidade Anhembi Morumbi, atua como editor geral da Revista Filantropia é diretor executivo da Zeppelini Editorial e diretor da Diálogo Social Eventos para o Terceiro Setor. Ele também é consultor em comunicação e marketing para organizações não-governamentais. Telefone: (11) 2783-9451 – E-mail: marcio@zeppelini.com.br
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