Leia aqui sobre as principais notícias sobre responsabilidade social e terceiro setor:
Brasil tem dívida social com suas mulheres, “Diário do Nordeste” (03/08/2003)
“O Brasil tem uma dívida social, política e econômica com as mulheres, que representam mais de 50% de sua população. Prova disso, é o verdadeiro “apartheid”, que pode ser verificado através das estatísticas oficiais, quer no campo do mercado de trabalho ( mulheres negras ganham 55% menos do que as não-negras) ou nas taxas de alfabetização e escolaridade ( 90% e 83% para as brancas), contra 78% e 76% para as negras, respectivamente. O questionamento é da ministra e deputada federal (PT-RS), Emília Fernandes, que responde pela Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres. O principal objetivo da Pasta, uma reivindicação antiga do movimento de mulheres, é centralizar as políticas para o enfrentamento das desigualdades e das violências de gênero no País. O compromisso do governo Lula em elevá-la ao status de Ministério é uma demonstração do reconhecimento da legitimidade dessas reivindicações. Cabe à Secretaria propor e executar políticas públicas promovendo a transversalidade de gênero com todos os ministérios. Recentemente, Emília participou, em Nova Iorque, de reunião do Comitê Cedaw (Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra a Mulher). Um dos questionamentos foi quanto ao pequeno número de delegacias especializadas ao atendimento de mulheres no País, que possui mais de cinco mil municípios e apenas 339 desses equipamentos”.
Campanhas sociais invadem a trama de Manoel Carlos, “A Gazeta de Cuiabá” (02/08/2003)
“Se o presidente Lula precisar de ajuda para a campanha Fome Zero, pode pedir um empurrãozinho para o novelista Manoel Carlos. Talvez ele aceite promover uma doação de alimentos na Ribeiro Alves, a escola fictícia de Mulheres Apaixonadas. Quem sabe se dona Mariza, a primeira-dama, pedir com jeitinho, o autor acaba vestindo a camisa – ou o boné – do Governo. Foi assim em Laços de Família. Manoel Carlos atendeu ao pedido de Ruth Cardoso, mulher do ex-presidente Fernando Henrique, e emplacou a campanha “Solidariedade e Cidadania” na novela. Ponto para ele. O “efeito Camila” turbinou os bancos de doação de medulas e rendeu para a Globo o Bitc Awards for Excellence 2001, o maior prêmio de responsabilidade social do mundo. Satisfeito? Que nada. Manoel Carlos tem dezenas de temas escondidos debaixo de sua barba branca. Mas sua carreira como marqueteiro social está no fim: ele garante que vai se aposentar depois de Mulheres. O jeito é despejar todos os seus produtos sociais agora. Garoto-propaganda não vai faltar: a novela tem mais de 100 personagens. Tempo também nã se depender da Globo, a trama fica no ar até janeiro. Mas será que tem espaço para mais polêmica em Mulheres?”
Justiça racial e sistema de cotas, “Valor Econômico” (29/07/2003)
“”Negra fedorenta ” , ” catinga de negro ” . Estes são insultos que muitos de nós brasileiros já ouvimos. Faz parte dos muitos xingamentos que tentaram calar e excluir homens e mulheres negras do exercício da cidadania igualitária e da democracia. Não estou falando apenas da democracia racial, porque essa é apenas uma das maneiras falaciosas de esconder a vergonha de um país que ainda não conseguiu construir a democracia da qual todos possam participar. O xingamento ofensivo está retratado também em pesquisas sobre o perfil do consumidor afro-brasileiro. Uma pesquisa da Grottera Publicidade feita há alguns anos, analisando o mercado consumidor afro-brasileiro, indicou que a principal de manda de consumo desse segmento populacional era de produtos de higiene pessoal. E, dentre estes, reivindicava em primeiro lugar sabonetes especiais para sua “raça”. Será que o uso de um “sabonete especial” poderá afastar a ofensiva histórica a qual os negros e negras brasileiras foram submetidos?”
Empresas e biodioversidade, “Estado de Minas” (25/07/2003)
“A conservação da natureza, por intermédio da criação de espaços naturais protegidos, ainda é uma das prioridades menos imediatas dentre as responsabilidades políticas. Por outro lado, o crescente interesse dos setores privados em participar da criação e gestão dessas unidades de conservação pode complementar os esforços públicos de criação de áreas protegidas. A Mata Atlântica cobria, à época da chegada dos portugueses, mais de 1,3 milhão de quilômetros quadrados. Atualmente, apenas cerca de 8% da área desse bioma apresenta ainda suas características originais. A história brasileira está intimamente ligada à Mata Atlântica. Aqui, em 17 estados, geram-se 80% do Produto Interno Bruto (PIB) e vivem 70% da população do País. Apesar da devastação acentuada, a Mata Atlântica ainda abriga uma parcela significativa da diversidade biológica do planeta. Somando-se apenas mamíferos, aves, répteis e anfíbios que podem ser encontrados na Mata Atlântica, chegamos a mais de 1,8 mil espécies, ou quase 7% de todas as espécies desses grupos identificadas no planeta até o momento.”
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