Preservação das reservas
Programa da Secretaria do Meio Ambiente do Distrito Federal, em parceria com a WWF, mobiliza moradores e empresários a preservar nascentes de rios no próprio terreno…
Pesquisas da Universidade de Brasília (UnB) mostram que em quatro décadas de ocupação desordenada, 50% das águas de nascentes do Distrito Federal ficaram comprometidas. A estratégia adotada para reagir à degradação foi estabelecer uma parceria entre governo e sociedade. Essa parceria vem fazendo da capital brasileira um exemplo na recuperação e na preservação de olhos d´água.
Criado em 2001, o programa “Adote uma Nascente”, ensina e mobiliza pessoas que moram ou trabalham perto de surgências a retirar animais mortos da água, plantar sementes de espécies nativas e conversar com vizinhos, na tentativa de convencê-los a não destruir o cerrado.
Já são cerca de 110 adotantes cadastrados pela Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídrico (Semarh), em um trabalho desenvolvido em parceria com a WWF. “De seis em seis meses, no máximo, os adotantes recebem a visita de um técnico, que verifica se a nascente está bem cuidada e analisa a qualidade da água”, conta a engenheira florestal Helena Figueiredo, consultora WWF no programa.
A secretaria calcula em 5 mil o número de nascentes no DF e no Entorno. As águas que partem da região alimentam as bacias do São Francisco, Paraná e Tocantins/Araguaia. “Tanta complexidade exige que a gente mantenha os adotantes sempre informados”, afirma Luiz Carlos Buriti, diretor de gestão de recursos hídricos da Semarh. “No final deste mês, haverá um seminário. O pessoal troca experiência e até elege o adotante da nascente melhor preservada.”
Um dos primeiros a adotar nascente foi o produtor rural Edson de Souza Gonçalves. Em um núcleo rural chamado Jerivá, ele é o guardião de duas surgências que nascem na sua propriedade fluem em direção ao Córrego Jerivá, importante fonte de água do Lago Paranoá. Para preservar a nascente, ele plantou mais de 500 mudas de espécies nativas. Aos vizinhos, costuma ensinar: “O que faço certo aqui, o lago agradece lá embaixo. Ajudo desde o cara que pesca ao que anda de lancha.”
Para os próximos meses, os coordenadores do “Adote uma nascente” pretendem ampliar parcerias para não depender de recursos públicos – hoje, o principal apoio dado é por meio de pessoal. Entre as parcerias já firmadas e a serem ampliadas está a divulgação do projeto em cartões telefônicos da TCO. Está programada também a criação de uma nova categoria no programa: o padrinho. Gente que não tem o privilégio de contar com uma nascente no próprio terreno, mas está disposto a ajudar outros guardiões.
Site da Secretaria de Meio Ambiente: www.semarh.df.gov.br
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