
José Paulo Soares Martins
O Grupo Gerdau segue os princípios do desenvolvimento sustentável e acredita que o crescimento de uma empresa está diretamente relacionado à evolução das comunidades onde atua. Dentro dessa visão, a corporação instalada no Brasil desde 1901 apóia iniciativas nas áreas de educação e mobilização solidária. Líder mundial na produção de aços longos nas Américas, a empresa tem hoje 46 mil colaboradores e mantém operações nas Américas, Europa e Ásia. A empresa é a maior recicladora no mundo, com o reaproveitamento de mais de 18 milhões de toneladas de sucata anualmente.
Somente em 2007, o investimento na área social foi da ordem de R$ 345,7 milhões, o que representa uma evolução de 105,1% em comparação ao ano anterior. Em entrevista exclusiva ao Responsabilidade Social, José Paulo Soares Martins, diretor do Instituto Gerdau, braço social do grupo, destaca as principais ações no setor e revela os planos para este ano. Confira.
1) Responsabilidade Social – Desde quando a empresa adota políticas de sustentabilidade e responsabilidade social e quais os projetos que ela tem nessa área?
JM – A Gerdau possui um longo histórico de atuação junto à comunidade. Existem registros de que João Gerdau, o primeiro representante da família a chegar ao Brasil, já fazia contribuições ao coral da cidade onde viveu, em Agudo, no Rio Grande do Sul. A Gerdau foi uma empresa pioneira quando, na década de 60, inaugurou a Fundação Gerdau, cujo objetivo era promover o voluntariado por meio de colaboradores e familiares. Foi em 2005 que a empresa fundou o Instituto Gerdau, com objetivo de investir no desenvolvimento das comunidades vizinhas às usinas da Gerdau e propor políticas e diretrizes de Responsabilidade Social para a empresa.
2) RS – Das práticas sustentáveis que a Gerdau faz, qual poderia ser destacada como mais relevante no momento?
JM – Todas as práticas são relevantes, porém, é possível destacar alguns projetos. Entre as iniciativas, destaca-se o trabalho desenvolvido com cooperativas de sucateiros em diversas cidades do Brasil. A Gerdau incentiva a formação das cooperativas, investe na compra de ferramentas, maquinário, uniformes e equipamentos de proteção pessoal (EPIs), entre outros. Outro projeto que merece destaque é o de promoção da Responsabilidade Social junto à cadeira de fornecedores da empresa. Também pode ser ressaltada a parceria com o Instituto Ethos, com o qual a empresa atua no projeto “Profissional do Aço”. Por fim, ainda é possível salientar a parceria com o Sebrae, nas premiações a micro e pequenas empresas e o programa “Na Mão Certa”, junto com o Instituto WCF – Brasil – World Childhood Foundation, cuja finalidade é conscientizar contra a exploração sexual de crianças e adolescentes.
3) RS – É possível mensurar o número de pessoas beneficiadas pelas práticas sociais da empresa?
JM – Não fazemos essa medição em todos os projetos diretamente.
4) RS – Quais foram os principais investimentos feitos em Responsabilidade Social, no ano passado e neste ano e qual o retorno que a organização teve (e tem) atuando de forma sustentável?
JM – Os principais investimentos podem ser resumidos pelo projeto de qualificação das cooperativas de catadores, junto à cadeia produtiva, pelos projetos de educação, com destaque para o Fundo do Milênio para Primeira Infância, pelo Prêmio Jovem Cientista, pelos Prêmios de Competitividade e pelos projetos de Gestão para Governos. A Gerdau acredita que o principal retorno para a empresa é contribuir na formação do melhor capital social, fortalecendo relações e comportamentos de confiança mútua entre as empresas, o poder público e as organizações.
5) RS – Como a empresa lida com esse tema no dia-a-dia de seu negócio?
JM – A Gerdau busca o alinhamento das suas práticas de gestão aos padrões globais de sustentabilidade. Esse trabalho é realizado por meio da revisão contínua das estratégias de cada processo da empresa (suprimentos, logísticas, metálicos, marketing, Recursos Humanos etc). Utilizamos também a ferramenta dos workshops de Responsabilidade Social, oportunidade em que as questões de cada processo são pensadas em termos de impactos e oportunidades.
6) RS – A empresa tem um plano com metas anuais para minimizar o impacto ambiental decorrente de sua operação ou para prevenir os riscos ambientais?
JM – A Gerdau respeita o meio ambiente e, por isso, investe em tecnologias e em pesquisas para contribuir com a preservação da natureza. Em 2007, foram destinados R$ 345,7 milhões para a área, o que representou uma evolução de 105,1% em relação a 2006.
7) RS – De uma forma geral, como funcionam as ações de sustentabilidade na área de siderurgia?
JM – Todas as empresas associadas ao Instituto Brasileiro de Siderurgia (IBS) realizam investimentos e focam esforços em ações de sustentabilidade, de maneiras distintas e com diferentes níveis de envolvimento. É possível acompanhar os detalhes no Relatório de Sustentabilidade editado anualmente pelo IBS.
8) RS – Quais os desafios que a empresa ainda enfrenta quando o tema é responsabilidade social?
JM – O desafio da Gerdau é fazer com que Responsabilidade Social faça parte do “DNA” de todos os seus colaboradores.
9) RS – Há algo especial nos planos da instituição nessa área para o próximo ano?
JM – Sim. Nosso desafio para os próximos anos é consolidar a atuação no Brasil e expandir a área de Responsabilidade Social para as unidades da Gerdau na América Latina e América do Norte.
10) Qual o seu entendimento pessoal do termo “responsabilidade social”?
JM – Responsabilidade social é uma forma de gestão ética e transparente da empresa com os seus stakeholders.
Grupo Gerdau – Telefone: (51) 3323-2170
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