Carlos Alberto Libânio Christo, o Frei Betto, foi reconhecido pela Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco) com o Prêmio Internacional José Martí. O anúncio foi no último dia 11. Em nota, a Unesco informou que Betto foi escolhido por um júri internacional por sua contribuição à justiça social, aos direitos humanos e à construção de uma cultura de paz universal e por sua oposição a todas as formas de discriminação, injustiça e exclusão.
“Frei Betto foi escolhido por seu trabalho como educador, escritor e teólogo, por sua oposição a todas as formas de discriminação, injustiça e exclusão e por sua promoção da cultura de paz e dos direitos humanos”, indicou em um comunicado a organização com sede em Paris. O prêmio será entregue no final deste mês em Havana, Cuba, durante a Terceira Conferência Internacional pelo Equilíbrio do Mundo, que marca o 160º aniversário do nascimento de José Martí.
Nascido em Belo Horizonte, em 1944, Frei Betto é autor de mais de 50 livros traduzidos para vários idiomas. O mais conhecido deles, Batismo de Sangue, venceu o Prêmio Jabuti de 1982, na categoria biografia/memórias. Militante da chamada Teologia da Libertação, movimento de caráter religioso-político surgido na América Latina na década de 1950, Betto participou de vários movimentos pastorais e sociais.
Por sua atuação política, foi preso duas vezes durante o regime militar (1964-1985), chegando a passar quatro anos detido. Entre 2003 e 2004 foi assessor especial do então presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva. Também foi coordenador de mobilização social do programa Fome Zero.
“Me dá muita alegria, mas reconheço que este não é um prêmio à minha pessoa, e sim a todos os movimentos sociais e comunidades com quem eu venho trabalhando ao longo de décadas pela paz, justiça e direitos humanos. Eu sou apenas um grão de areia numa enorme praia que converge na direção dessas três bandeiras que constituem a maior ansiedade da humanidade”, disse Betto.
O jornalista e assessor de movimentos sociais Frei Betto também destacou a importância de ter sido escolhido por unanimidade do júri. “Eu nem sabia que meu nome tinha sido indicado até ser [extraoficialmente] informado de que eu havia ganho o prêmio”,disse ele, que também afirmou desconhecer quem eram os outros indicados ao prêmio, cujos nomes não foram divulgados pela Unesco.
Criado em 1994, por iniciativa do governo de Cuba, o prêmio, de US$ 5 mil, tem o objetivo de recompensar as organizações ou pessoas que desenvolvam ações que reflitam os ideais do herói da Independência Cubana, José Martí, um defensor da união dos países da América Latina e do Caribe. A distinção também é concedida a quem tenha contribuído para a preservação da identidade, tradição cultural e valores históricos das nações latino-americanas e caribenhas.
A cada edição, os nomeados são indicados pelos governos dos Estados membros da Unesco e pelas organizações não-governamentais (ONGs) que colaboram com a organização. O último ganhador,antes de Betto, foi o escritor argentino Atilio Borón.
(Responsabilidade Social.com com informações da Agência Brasil)
Site: www.freibetto.org
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