À frente de ONG que busca captar recursos para a área social, a economista está na lista das cem pessoas que fazem o Reino Unido sorrir
A economista Daniela Barone Soares foi eleita pelo jornal inglês “The Independent”, pelo segundo ano consecutivo, como uma das cem pessoas que fazem o Reino Unido feliz, na anual “Happy List”, que aponta quem trabalha para tornar o país um lugar melhor. Ela é o CEO da Impetus Trust, uma organização não-governamental que ganhou o Charity Awards em 2008, prêmio equivalente ao Oscar das organizações filantrópicas inglesas.
A brasileira, que faz trabalho social desde os 12 anos, foi reconhecida como a economista que está transformando a maneira como são feitos os investimentos no setor social no Reino Unido. Formada pela Unicamp, com mestrado em Harvard, durante dez anos ela atuou na área de finanças. Trabalhou em empresas como Citibank, em São Paulo, e Goldman Sachs, em Nova York. Por dois anos, fez a ponte aérea Boston-Londres, trabalhando em “private equity”, no BankBoston.
Em 2002 ela deixou o centro financeiro de Londres para dirigir a ONG Save the Children. No ano seguinte, foi escolhida entre 150 candidatos, todos ingleses, para comandar a Impetus Trust, organização criada em 2003 que faz “venture philanthropy”, uma modalidade de investimento nova no mercado de capital social, que aplica conceitos do mercado financeiro no mundo da filantropia. No Brasil, o nome que está se dando a isso é “filantropia de resultados”. Nela, empresas como a Impetus usam as ferramentas e o conhecimento do setor financeiro para buscar fundos que são aplicados na filantropia.
Em seis anos, mil ONGs se candidataram a receber auxílio da Impetus. Dessas, só 13 passaram pelas avaliações e conquistaram lugar no portfólio. Tanta procura tem explicação. Em média, as organizações sob a tutela da Impetus aumentam o impacto social em 53% ao ano. Exemplo é a SpeakingUp, entidade que ajuda deficientes mentais a se tornarem independentes. Antes de receber o suporte do time de Daniela, a entidade cuidava de 50 pessoas. Hoje, auxilia 2.500 e passou de um para 27 projetos no país. Outro caso é o da St. Giles, entidade que atualmente ajuda a reduzir a reincidência de ex-presidiários. Com a ajuda da economista brasileira, de 2004 para cá a entidade passou de 200 para 1.700 pessoas no número de atendidos, e a taxa de reincidência, que no Reino Unido é de 65%, caiu para menos de 20%.
Para receber o auxilio da Impetus, as regras são rigorosas. A primeira é que a entidade esteja registrada na Charity Comission, órgão regularizador de ONGs e instituições de caridade no Reino Unido. Precisam tratar com os 20% mais pobres da população, gerar empregos, ou seja, instituições que lidam com cursos técnicos e de educação. São priorizadas as iniciativas que colocam as pessoas num estado de independência econômica.
Impetus Trust: www.impetus.org.uk
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