As pessoas que têm o nobre trabalho de transformar toneladas de resíduos em dinheiro e oportunidades muitas vezes se passam por invisíveis, escondidas entre milhões de garrafas de plástico e de vidro, caixas e embalagens usadas, latinhas, papel e tudo aquilo que um dia já foi jogado fora. Transformando as sobras do consumo em matéria-prima, os catadores cumprem papel fundamental para a sociedade, para o meio ambiente e para a economia.
Muito antes de as empresas adotarem ações e ideologias voltadas para a sustentabilidade, homens e mulheres já percorriam as ruas em busca das sobras desprezadas nas residências, indústrias, empresas e locais públicos. Enfrentando o preconceito na própria pele, a profissão de catador tem remuneração obrigatória e significa oportunidade de vida para milhares de brasileiros.
“Com a coleta seletiva, é possível gerar muitos postos de trabalho, tirando muita gente da situação de rua, da dependência do álcool e das drogas. Lixo não existe: uma sucata que você acha, você transforma”, afirmou Sérgio Bispo, presidente da Cooperativa de Catadores Cooperglicério, em São Paulo.
Bispo nasceu em Salvador e se mudou para a capital paulista em busca de melhores condições de vida, motivado por uma propaganda de margarina. Depois de 80 dias de viagem, o catador chegou a aproveitar os resíduos até mesmo em sua alimentação. No entanto, com o tempo, os rumos de sua vida mudaram completamente: aos 50 anos, é presidente da cooperativa e já fez mais de 280 palestras no Brasil e no exterior, sendo considerado como referência em reciclagem e ecologia.
“Com o lixo, a ideia não é fazer só a minha vida mudar, mas a transformar a realidade de várias pessoas”, contou o presidente da cooperativa, que lutou para que os carrinhos de tração humana fossem substituídos por caminhonetes, e, depois, por caminhões.
Bispo foi um dos personagens retratados na exposição itinerante “Reciclarte”, que ficou abrigada no Memorial da América Latina até o dia 19 de outubro e reuniu materiais multimídia sobre as histórias da reciclagem em São Paulo. Peter Milko, curador da mostra, contou que um dos objetivos foi quebrar preconceitos na sociedade.
(Responsabilidade Social com informações da CicloVivo)
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