
Irene Adams há 23 anos realiza atende crianças e adolescentes que sofreram maus tratos e meninos de rua e portadores do vírus HIV
Dedicação e entrega. Essas palavras dão o tom do trabalho desenvolvido pela médica imunologista holandesa Irene Adams há mais de duas décadas em Belo Horizonte (MG). Ela criou e ainda está à frente do Projeto Ammor. A ação atende crianças e adolescentes que sofreram maus tratos, meninos de rua e portadores do vírus HIV.
O escopo da iniciativa é promover a reinserção desses cidadãos na sociedade. Espera-se resgatar a cidadania, a partir do desenvolvimento humano. O método de intervenção social é o ensinado pelo educador e filósofo Paulo Freire. “Eu pergunto, você responde, nós refletimos e reagimos”, destaca Adams.
O trabalho teve início em 1989, numa época em que o mundo ainda pouco sabia sobre o vírus da aids. Desde o início, a iniciativa teve como público meninos de rua. A ideia surgiu para atender a necessidade percebida pela médica para a prevenção do vírus HIV entre eles.
Desde o começo do atendimento, a médica soube que o foco deveria ser muito além da prevenção da doença que se manifesta, em média, dez anos após a infecção. Era preciso ações que possibilitassem o resgate da dignidade das crianças e a educação para a vida. A aposta foi envolver uma equipe multiprofissional, capaz de conhecer os históricos familiares, os motivos que levam esses garotos a morar na rua, suas estratégias de sobrevivência e sua auto-estima.
“Na primeira consulta começamos o check-up e pergunto por que ele está no abrigo e o que mudou depois que saiu de casa. Conversamos sobre a família, com quem morava e em quais condições. Na maioria dos casos, se sentem culpados pelo que aconteceu. É uma metodologia interativa e de educação mútua entre criança e médico”, explica.
A médica também destaca que saber valorizar o que as crianças têm de melhor é um ponto que requer atenção. “Apesar da pouca idade, muitos carregam um histórico de humilhação, desvalorização e abusos. Portanto, estimulamos a autoestima e a cidadania. Afinal, são cidadãos em formação e precisam descobrir que são importantes para a sociedade. Nosso objetivo sempre será o desenvolvimento humano”, diz.
Atualmente, o projeto contabiliza mais de 65 parceiros, entre organizações não governamentais, governamentais e algumas empresas do setor privado. A iniciativa conta forte colaboração do trabalho voluntário.
O projeto também oferece atendimento sócio-jurídico aos pacientes que sofrem algum tipo de violação dos direitos humanos. Para ela, a partir do momento que as pessoas têm conhecimento da sua situação, elas percebem o quanto é essencial lutar pelos seus diretos e não permitir que a doença seja motivo para a descriminação e exílio social.
Irene Adams – Projeto Ammor – Endereço: Rua Além Paraíba, 917 A – Bonfim – Belo Horizonte – MG – Telefone: (31) 3444-3877
Também nessa Edição :
Entrevista: Jussara Ribeiro
Artigo: As empresas na Rio+20
Notícia: Fábrica de preservativos feitos à base de látex será ampliada
Notícia: Amazônia Legal registra a menor taxa de desmatamento desde 1988
Notícia: Projeto de inclusão digital realizado no DF alcança mais de 62 mil pessoas e dá largos passos em prol da democratização da informática
Oferta de Trabalho: Procura-se (07/2012)
Leave a Reply