Estão abertas as inscrições nacionais para o Prêmio Balanço Social 2005, a mais importante premiação do país na área de responsabilidade social. Empresas de todos os portes e setores podem concorrer a troféus e certificados nas categorias Regionais (Centro-Oeste, Estado de São Paulo, Sudeste, Norte/Nordeste e Sul); Micro, Pequena e Média Empresa; e Destaque Nacional.
O Prêmio Balanço Social foi criado em 2002. Trata-se de um esforço conjunto de cinco instituições (Aberje, Apimec, Ethos, Fides, Ibase) com histórico na área de responsabilidade social empresarial. O objetivo central do Prêmio é difundir a prática do Balanço Social. Trata-se de um trabalho que contribui para a formação da responsabilidade social no país, uma vez que dá reconhecimento nacional a balanços sociais que demonstram não serem apenas mais um documento, mas balanços que refletem o comprometimento da empresa com a questão da responsabilidade social. “Serve para parabenizar publicamente aquelas que assumiram a postura da responsabilidade social e deram transparência a isso disseminando a questão no meio empresarial”, explica Alberto Augusto Perazzo, Presidente do Comitê Organizador e da Fides.
O Prêmio é promovido por cinco entidades. São elas: a Aberje (Associação Brasileira de Comunicação Empresarial); Apimec (Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais), Fides (Fundação Instituto de Desenvolvimento Empresarial e Social), Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social e Ibase (Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas).
Lançada em 2002, a premiação é a única do país que avalia especificamente o Balanço Social, ou seja, o relatório anual produzido pela companhia para mapear suas ações sociais. A cada ano, cresce o número de empresas concorrentes – em 2004, foram 174 e em 2003, 152. Para este ano, o processo contará com a auditoria da BDO Trevisan Auditores Independentes.
Leia, abaixo, uma pequena entrevista com Alberto Perazzo, presidente do Comitê Organizador do Prêmio:
Responsabilidade Social – Quais as origens do balanço social?
Alberto Perazzo – As origens remontam à Europa do pós-guerra, com as empresas privadas tomando consciência de seu papel social na reconstrução dos países devastados pelo conflito. Já na década de 60, o movimento ganhou corpo no hemisfério norte. Nos Estados Unidos, a Guerra do Vietnã motivou manifestações e boicotes contra organizações envolvidas direta ou indiretamente no confronto. Companhias sem vínculos com a guerra buscaram, então, esclarecer a sociedade e prestar contas de suas ações. Na Europa, aflorava nessa época uma preocupação mais acentuada quanto à postura ética das empresas. Enquanto na França os direitos humanos eram o foco principal, especialmente no ambiente de trabalho, na Alemanha o interesse se concentrava na questão ambiental e nos impactos dos processos produtivos. O empenho da sociedade em conhecer as práticas sociais das organizações foi a mola propulsora para que muitas companhias começassem a prestar contas de suas ações e seus objetivos nesse campo – o que acabou por incentivar a produção de relatórios conhecidos hoje como balanços sociais.
RS – O que é balanço social?
AP – Conhecido também como relatório de sustentabilidade ou relatório de responsabilidade social, é um demonstrativo elaborado anualmente pelas empresas para prestar contas das atividades e dos impactos econômicos, sociais e ambientais da organização. Reúne um conjunto de informações sobre projetos, benefícios e ações sociais e serve como instrumento estratégico para avaliar e multiplicar o exercício da responsabilidade social corporativa. No documento, a companhia expõe políticas internas e externas, explicitando o que faz por seus profissionais, dependentes, colaboradores e pela comunidade. Com isso, dá transparência a suas atividades, tornando públicos seus compromissos com o desenvolvimento sustentável.
RS – As empresas são obrigadas por lei a fazer esse tipo de relatório?
AP – A obrigatoriedade ocorre em alguns países, como a França. No Brasil, há projetos de lei sobre o tema, porém o Prêmio Balanço Social – Aberje, Apimec, Ethos, Fides, Ibase, bem como as entidades realizadoras, entendem que a publicação desse tipo de relatório deva ser uma prática voluntária das empresas, feita de forma complementar às informações contábeis. O documento deve expressar as ações de compromisso social e ambiental das organizações. Sendo assim, o Prêmio desconsidera balanços que demonstrem medidas decorrentes apenas de imposição legal.
RS – Quem já ganhou o Prêmio?
AP – Nas três primeiras edições, mais de 250 diferentes empresas concorreram ao Prêmio Balanço Social, em suas várias categorias. Destas, 12 foram premiadas, algumas mais de uma vez. Entre elas, a CPFL Energia, o Banco do Brasil S/A, a Natura Cosméticos S/A, a CELPE – Companhia Energética de Pernambuco, a Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais S/A – USIMINAS e o Banco Itaú S/A, entre outros.
Prêmio Balanço Social 2005: Inscrições até 30 de Junho pelo site ou pelo telefone: (11) 3826-5715
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Perfil: Mahatma Gandhi
Entrevista: André Campos
Artigo: Água: Direito Humano Inalienável
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Oferta de Trabalho: Procura-se (05/2005)
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