
Peixes-boi e botos sofrem com a diminuição de seu habitat a capturas acidentais em redes de pesca
Instituição destinará R$ 60 mil para dois projetos da Amazônia
A Associação Amigos do Peixe-boi (Ampa) receberá apoio financeiro da Fundação Grupo Boticário de Proteção à natureza. O investimento para este ano soma R$ 60 mil. Os recursos serão aplicados em ações que têm como escopo proteger duas espécies de mamíferos aquáticos da Amazônia: peixes-boi e botos, que sofrem as mesmas pressões atualmente, que vão de diminuição de seu habitat a capturas acidentais em redes de pesca e caça.
Entre as ações que serão desenvolvidas vale destacar o projeto Educação Ambiental: Estratégia de Conservação do Peixe-boi da Amazônia, que será realizado nas comunidades ribeirinhas e envolverá alunos das escolas no município de Manacapuru (AM). A ideia é formar agentes multiplicadores na luta pela preservação ambiental desse mamífero aquático.
De acordo com a coordenadora do Núcleo de Educação Ambiental da Ampa, Gália Mattos, a iniciativa subsidiará a terceira edição do programa de reintrodução de peixes-boi da Amazônia. A primeira foi em 2008. Na edição de 2011, em outubro, três exemplares da espécie foram levados a um ambiente de semicativeiro, no município de Manacapuru para se readaptarem às condições naturais do ambiente.
O programa também aborda outros assuntos e atividades voltados não só para o peixe-boi, mas também para outros mamíferos aquáticos da região e assuntos ambientais da atualidade. As ações consistem em palestras, atividades lúdicas, gincanas, jogos ambientais, exposições, comemoração de dias ambientais, tudo voltado, principalmente, para crianças e jovens do ensino fundamental das redes municipal e estadual.
Será realizado, ainda, o projeto de pesquisa “Nova ameaça aos golfinhos da Amazônia: Analisando a utilização do boto-vermelho e do tucuxi (boto cinza) como isca na pesca da piracatinga”. Pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) identificaram que a população de boto-vermelho tem diminuído 10% ao ano em algumas regiões da Amazônia.
De acordo com estudos realizados na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá (RDSM), uma das razões para essa redução é o aumento da matança para a pesca da piracatinga (Callophysus macropterus), peixe necrófago conhecido como “urubu d”água”.
Também financiado pela Fundação Boticário, o projeto objetiva caracterizar a pesca da piracatinga na região de Manacapuru e Beruri, incluindo a RDS Piagaçu-Purus, para avaliar como e com que quantidade se dá a utilização dos golfinhos e as implicações dessa atividade para a conservação das populações nesse local.
“Os resultados trarão mais informações a respeito dessa modalidade de pesca que, apesar de recente, tem sido amplamente praticada, além de nos ajudar a propor ações para a conservação dos golfinhos da Amazônia na área”, destaca a colaboradora da Ampa e idealizadora do projeto, Sannie Brum.
Cristiane Rosa: Especial para Revista Responsabilidade Social.com
Associação Amigos do Peixe-boi (Ampa) – Telefone: (92) 3236-2739
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