
Placas fotovoltaicas instaladas no telhado da embaixada italiana em Brasília
Embaixada da Itália em Brasília registra economia no uso de energia e água com sistema eficiente
A Embaixada da Itália, em Brasília (DF), é a primeira missão diplomática no país a utilizar energia renovável para suas necessidades energéticas. Com mais de 400 painéis fotovoltaicos instalados no edifício desde 2011, a instituição alcançou uma redução de 20% no consumo. Também estima uma poupança de 7,6 toneladas de CO2 por ano.
A ação conta com as parcerias da Universidade de Brasília (UnB) e da Companhia Energética de Brasília (CEB). O sistema fotovoltaico está ligado à rede elétrica e permite a venda da energia produzida em excesso durante o dia para a CEB.
Segundo a instituição, a estrutura é fruto da imaginação de Embaixador Gherardo La Francesca. Em 2010, ele realizou um estudo técnico com a Enel Green Power, em colaboração com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e a CEB. O projeto, com o custeio de empresas italianas, promove investimentos na geração de energia a partir da luz do sol e dos ventos e tornou a embaixada uma referência em todo o país nos estudos e na produção de energia renovável.
De acordo com o professor Rafael Shayani, do departamento de Engenharia Elétrica da UnB, as placas fotovoltaicas, diferente dos coletores solares, são capazes de produzir a energia elétrica e suprir a demanda do prédio. “Os coletores solares, que geralmente se encontram em alguns telhados de casas brasileiras, servem apenas para esquentar a água”, detalhou.
Também em 2011, a embaixada recebeu um modelo de fitodepuração, onde um jardim funciona como sistema de purificação de água já consumida para reutilização no mesmo prédio. A estimativa de redução do consumo de água é equivalente a um desconto de 50% na cobrança mensal, considerando o pagamento pelo descarte de água residual e tratamento na rede de esgoto.
Moradias comuns
O professor Shayani destacou que o sistema fotovoltaico também pode ser instalado em moradias comuns e que o tamanho da economia com energia elétrica depende da quantidade das placas instaladas. Para fazer uma comparação, no telhado da embaixada da Itália, que é um prédio grande com consumo alto, cerca de 400 placas têm potência de geração de 50 kilowatts.
Desde abril de 2012, a Aneel regulamentou, por meio da Resolução Normativa nº 482, o uso das placas fotovoltaicas como complemento à energia fornecida pelas concessionárias. Para o professor, a medida é um avanço para que a iniciativa se espalhe pelo país. “Temos muito potencial de sol aqui no Brasil, a tendência é que essa tecnologia se espalhe, principalmente pelas cidades ensolaradas, como Belo Horizonte e Brasília”, afirmou. Apesar disso, ele ressalta que o sistema ainda é muito novo e que deve levar tempo para consumidores e concessionárias se adaptarem.
A resolução prevê que a energia excedente vá para a distribuidora, e em troca o consumidor ganha um abatimento na conta de luz. Para aderir, é preciso apresentar um projeto à distribuidora. Se ele for aprovado, o consumidor terá de arcar com um novo medidor, que calcula a energia que entra e também a que sai. O custo maior é dos painéis solares. O investimento chega a R$ 14 mil para uma casa que consome 250 kilowatts-hora por mês, a média brasileira. O retorno do investimento varia de seis a dez anos. A expectativa é que os custos diminuam com o crescimento do mercado.
“O projeto está provando que é possível uma casa produzir, de forma sustentável, boa parte da energia que consome. O principal é que, por trás dessa iniciativa, há toda uma propaganda ambiental, que vale muito. O sistema não produz nenhum gás do efeito estufa. Não gera custo de saúde pública”, conclui o professor.
A resolução da Aneel está disponível neste link.
(Responsabilidade Social com informações da Embaixada da Itália, Agência Brasil, UnB e G1)
Embaixada da Itália – Telefone: (61) 3442 9900
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