
Vanessa Dias é a porta-voz da UHelp, organização sem fins lucrativos que viabiliza atendimento multiprofissional para melhorar a vida de pessoas com deficiência. Além disso, possuem uma plataforma onde todos aqueles que querem apoiar uma causa nobre, verdadeira e transparente, mas que não dispõem de tempo ou mesmo dinheiro para isto, possa fazê-lo. A Uhelp oferece a seus apoiadores a transparência, disponibilizando prestação de contas de cada case, enquanto proporciona-lhes a chance real de fazer a diferença em poucos minutos, sem necessariamente dispensar valores, através de um simples voto.
Responsabilidade Social – A Uhelp beneficia pessoas com deficiência, viabilizando sua qualidade de vida e autonomia através atendimento profissional e qualificado. Como ocorre a captação de recursos para que isso aconteça?
Vanessa Dias – Os casos escolhidos por meio de avaliação multiprofissional são colocados no site para receberem doações online ou votos dos internautas. Esses votos vão direcionar os recursos que a própria Uhelp capta, junto a empresas, e que representam 20% do total da meta financeira de todas as histórias. O objetivo da votação é ajudar a fechar a meta das histórias e, com isso, estimular o envolvimento e o engajamento dos internautas.É importante dizer que o que garante o atendimento multiprofissional e personalizado é a rede de contato que a Uhelp estabelece com profissionais da área de saúde que se encantaram com o projeto e a possibilidade de exercerem a sua parte social por meio da Uhelp e, portanto, muitas vezes os preços dos serviços ou produtos destinados para o atendimento dos nossos beneficiários são diferenciados, o que torna o processo possível.
RS – Como está pautada a política de responsabilidade social da UHelp?
VD – A UHelp não pretende ser uma organização assistencialista, mas sim, uma instituição que, por meio de suas ações, possa despertar, nas pessoas com deficiência, o sentimento de que a perseverança e o otimismo em lidar com a sua realidade não o inviabiliza de exercer seu papel como cidadão e a esperança de que nunca devemos desistir nos nossos desejos e sonhos. E de passar a certeza, para quem colabora com o trabalho da Uhelp, de que é possível exercer um papel de transformação na vida de outras pessoas de forma simples, rápida e eficaz.
RS – Como as histórias que vão para a UHelp são selecionadas?
VD – A Uhelp tem como objetivo ajudar histórias que necessitam de um conjunto de atendimentos, que envolve desde médicos, psicólogos, próteses, auxílio profissionalizante, parceiros, doações de pessoas físicas e jurídicas. Seu processo é totalmente online e como o próprio nome diz, baseia sua filosofia no slogan “você pode ajudar!”. Os cases, recebidos inicialmente por indicação de profissionais e instituições voltadas para o atendimento de Pessoas com Deficiência, são avaliados por um profissional de assistência social e pela própria diretora da instituição. Depois de aprovado, o caso passa pelas mãos de uma equipe multidisciplinar que, de forma gratuita para o potencial beneficiário, avalia e constrói um diagnóstico e um prognóstico, indicando quais melhorias podem ser atingidas e de que forma. A partir daí, a Uhelp cria um orçamento do tratamento, dividido por profissional e etapa de ajuda, prepara um vídeo apresentando o case para ser divulgado no site para receber votação e doação. O atendimento é iniciado assim que o caso atinge o número mínimo de votos (no caso do valor ser igual ou inferior ao já disponibilizado sob forma de startup no site) ou o valor necessário através de doações online. A Uhelp não realiza procedimentos cirúrgicos. Os Ciclos de Histórias em Ação tem duração pré-determinada, podendo variar de um ciclo para o outro.
RS – O que são os Ciclos de Histórias? Quanto tempo eles duram?
VD – Ciclo de Histórias são os Ciclos de captação de recursos para as histórias selecionadas. As histórias que atingem sua meta financeira são encerradas no ciclo, substituídas por novos casos, e permanecem em outra área do site para acompanhamento e prestação de contas, até o final do processo. As histórias que não atingem sua meta seguem no próximo ciclo, levando consigo o total de doações recebidas mas com a contagem de votos zerada, para que o processo seja justo com todos que participam do mesmo ciclo de votação. A ideia de um ciclo com tempo marcado é para que se tenha o senso de urgência em atender as necessidades daquelas pessoas e, portanto, de se atingir a meta financeira necessa´ria. Desta forma, incentivar um maior número de doações e de votos. A ideia inicial é de que sejam ciclos de 4 meses mas, como é o primeiro ano de atuação da Uhelp, ainda estão sendo verificados o perfil dos colaboradores e as melhores estratégias para atender mais pessoas e em prazos menores.
RS – Como funciona o processo de votação e distribuição da quantia arrecadada em cada Ciclo? Como o doador poderá acompanhar o procedimento, uma vez que a meta seja batida?
VD – O voto é muito simples e pode ser feito em 3 passos. A pessoa entra, conhece as histórias e pode votar em uma ou mais (ou em todas) para distribuir os recursos que a Uhelp disponibiliza. Pode dividir igualmente ou em porcentage, por exemplo. Depois de finalizado o ciclo e da história ter atingido sua meta financeira, ela passa para outra área do site, onde será feito o acompanhamento do atendimento e a prestação de contas dos profissionais pagos.
RS – Na sua opinião, a inserção profissional dos portadores de deficiência ainda é um desafio no contexto empresarial?
VD – Definitivamente, ainda é. O que se vê são empresas preocupadas em cumprir quotas obrigatórias para não serem multadas e que esquecem o objetivo primordial: fazer a inserção profissional dessas pessoas, tendo como base o potencial de cada uma delas, com uma ocupação prévia com a capacitação da pessoa com deficiência para que possa exercer papéis estratégicos na empresa e não somente preencher funções que exigem pouco desses profissionais.
RS – Qual o seu entendimento do termo ‘responsabilidade social’?
VD – Responsabilidade social nada mais é do que cumprir o papel de cidadão e exigir e praticar igualdade de direitos para todas as pessoas, independente de sua condição. O ideal é que essa responsabilidade não exista somente por uma questão de protocolo, mas que seja algo fundamentado no carácter e na crença de que quanto mais as pessoas olharem à sua volta e entenderem o universo no seu entorno, conseguirão fazer brotar em si o real sentimento de exercer a igualdade de direitos porque é necessária, faz bem e torna cada um verdadeiramente um cidadão.
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