O diretor de Jornalismo da Organização Jaime Câmara (OJC), Luiz Fernando Rocha Lima, detalha na entrevista exclusiva concedida ao Responsabilidade Social.com quais são as principais ações sociais do maior complexo de comunicação do Centro-Norte, formado por 26 veículos sediados nos Estados de Goiás e Tocantins, além do Distrito Federal.
Somente o braço social da empresa, a Fundação Jaime Câmara, já beneficiou mais de 500 mil pessoas entre 1995 e 2010, resultado que, na opinião do diretor, demonstra a consistência dos programas desenvolvidos.
“A incorporação de iniciativas nesse sentido ocorreu de forma natural, com a promoção de ações inicialmente isoladas, mas que evoluíram de forma efetiva, possibilitando, institucional e organizadamente, dar prosseguimento a essa cultura e que tem demonstrado extraordinária eficácia e positivos resultados perante os seus propósitos”, destacou.
Entre as iniciativas em curso, destaque para o “Projeto Ação Ribeirinha”, que atende a população de baixa renda de Aruanã, no Vale do Araguaia, em Goiás. Pelo programa, o grupo realiza ações nas áreas de saúde, com atendimento médico, odontológico e oftalmológico; cidadania; educação; meio ambiente e lazer. Acompanhe.
1) Responsabilidade Social – Qual o papel dos meios de comunicação para a construção de uma sociedade mais igualitária?
Luiz Lima – Nós, da Organização Jaime Câmara, acreditamos que esses dois importantes pilares (meio de comunicação e sociedade) não conseguem viver separadamente. Acreditamos que é um dos objetivos primordiais de qualquer veículo de comunicação zelar e incentivar o crescimento social, cultural, educacional e econômico de uma população.
Como a OJC mantém uma integração muito forte com as comunidades goiana e tocantinense, elas acabam se fundindo em diversos momentos. Primeiro porque somos responsáveis pela informação, ou seja, levamos para as pessoas o que é relevante saber do dia a dia de seu bairro, sua cidade, seu Estado, seu país e o mundo. Segundo porque temos como uma de nossas missões “devolver”, em forma de serviços, o que a sociedade nos dá: sua confiança e audiência, resumidas na venda de jornais, acesso audiovisual com nossos veículos de rádio e TV e web.
Nosso papel é primordial para a construção de uma sociedade mais igualitária, pois nós é que podemos mostrar – e porque não, exemplificar – o comportamento adequado, a importância de um consumo consciente, da preservação do meio ambiente, da relação com o próximo, independentemente de cor, credo, classe social, raça, opção de vida, local de nascimento, e muito mais.
É nosso papel mostrar para as pessoas que é possível construir em uma sociedade melhor. Melhorando nossa casa é possível melhorar a vizinhança, com isso mudando a cidade, o Estado, o país e o mundo. Tudo começa com a pessoa. E formar pessoas é uma de nossas maiores obrigações.
2) RS – O senhor poderia detalhar o que a organização tem feito nesse sentido?
LL – Temos inúmeros projetos de responsabilidade social e, principalmente, educacional. Somos os responsáveis por organizar, em parceria com as respectivas prefeituras, os congressos “Pensar em Goiânia e Tocantins”, que visam discutir quais são os principais problemas do sistema de ensino dessas cidades. Reunimos professores, educadores, diretores, poder público e iniciativa privada em um mesmo ambiente para provocar discussões e procurar soluções.
Mas é algo que fica restrito a esse público? Não, pois usamos a capacidade de penetração de nossos veículos na difusão das questões, temas, comprometimentos e decisões ocasionadas pelos encontros. Também promovemos fóruns municipais chamados “Agenda Goiás” que dividem uma cidade em “regiões”, (Agenda Goiânia, Agenda Aparecida de Goiânia, Palmas Nossa Cidade), independentemente da divisão física de bairros para mostrar quais são os problemas que aquela população vive: infraestrutura, urbanismo, segurança, educação, moradia, sustentabilidade, entre outros.
Realizamos também o “Projeto Araguaia”, com o objetivo de conscientizar a população sobre a importância da preservação do Rio Araguaia, um dos mais importantes rios brasileiros, e que faz a divisa natural entre os Estados de Mato Grosso e Goiás, Tocantins, Maranhão e Pará. O “Forum do Lago”, realizado em Palmas (TO), tem sido um importante instrumento de preservação e orientação da gestão do lago da represa Luiz Eduardo Magalhães, que afeta, além da capital do Estado, mais de uma dezena de municípios tocantinenses.
Há ainda o “Projeto Ação Ribeirinha”, que promove o exercício da cidadania, beneficiando gratuitamente a população menos favorecida de Aruanã, no Vale do Araguaia em Goiás, e adjacências, com ações conjuntas nas áreas de saúde, cidadania, educação, meio ambiente e lazer. Dentre as ações realizadas, destacam-se o atendimento médico, odontológico e oftalmológico, serviços de emissão de documentos essenciais ao cumprimento da cidadania.
Temos ainda ações contra a dengue no período de verão para conscientizar a população; iniciativas culturais, incentivo ao teatro e ao esporte por meio de ações de cada veículo e da Fundação Jaime Câmara; incentivo ao lazer e saúde como parte do Ação Global, iniciativa da Rede Globo, da qual somos afiliadas atuando em nossa região e muitas outras. No nosso site http://www.ojc.com.br os leitores podem encontrar informações adicionais sobre esses trabalhos.
3) RS – Como é pautado o trabalho da Fundação Jaime Câmara e quais os principais projetos em curso hoje?
LL – A fundação nasceu da necessidade percebida pela OJC de, diretamente, realizar projetos educacionais e sociais em Goiânia e região. A fundação, coordenada por Maria Alice Roriz Câmara, tem uma equipe de professores e colaboradores que busca transformar ideias e desejos em realidade. Ao longo de sua história, auxiliou mais de 500 mil pessoas.
Os principais projetos que a fundação realiza hoje são: Arte Educação, com objetivo de oferecer aulas complementares para crianças carentes, de 6 a 14 anos, que estudam na rede pública de ensino; Grupo de Teatro, complementarmente ao Arte Educação, desenvolve montagens de peças teatrais e apresentações em importantes momentos do ano; Canto Coral, projeto que reúne corais natalinos de todo o Estado de Goiás em dezembro com objetivo de arrecadar alimentos para famílias carentes; e o Boa Visão, de assistência médica oftalmológica, do diagnóstico ao tratamento, à população estudantil de regiões carentes da capital de Goiás. Além desses, a fundação promove lançamento de livros, exposições artísticas, cursos e seminários culturais e educacionais.
4) RS – Como foi o processo para incorporação do tema responsabilidade social na gestão do grupo? Para o senhor, as ações ganharam mais envergadura ao longo do tempo?
LL – Os fundadores da OJC transferiram para a empresa suas sensibilidades e preocupações humanitárias e sociais. A incorporação de iniciativas nesse sentido, na prática operacional do grupo ocorreu, portanto, de forma natural, com a promoção de ações inicialmente isoladas, mas que evoluíram de forma efetiva e consolidada na criação da Fundação Jaime Câmara, em 1995, possibilitando, institucional e organizadamente, dar prosseguimento a essa cultura e que tem demonstrado extraordinária eficácia e positivos resultados perante os seus propósitos.
Como exemplo, podemos citar o projeto “Caminhada Ecológica”, iniciativa do jornal O Popular iniciada em 1991, quando ainda se mostrava incipiente a preocupação sócio-ambiental no Brasil. A promoção, por meio do estímulo e exaltação à relevância da atividade física, foca a conscientização da importância da preservação do meio ambiente.
5) RS – Quanto a organização já investiu em programas socioambientais e qual o orçamento para este ano?
LL – A OJC, além da disposição de recursos do seu orçamento como mantenedora da Fundação Jaime Câmara, estimula e trabalha para que a instituição conte, como tem contado, com o apoio aos seus projetos por um grande contingente de parceiros, o que, além de viabilizar de forma adequada as suas execuções, possibilita o favorável envolvimento de diversos segmentos empresariais, dando oportunidade de influência a empresas e indivíduos que, eventualmente, não a teriam isoladamente.
6) RS – Para o senhor, a atuação social da organização pode ser considerada positiva? Em números, qual o alcance dessas atividades?
LL – Sim, são amplamente positivas. Até meados de 2010, só a fundação tinha atendido mais de 500 mil pessoas diretamente, fora as ações que são realizadas para a família toda e/ou comunidade.
7) RS – De todas as práticas sustentáveis que a empresa faz, qual a que poderia ser destacada como mais relevante no momento? Por quê?
LL – O comportamento da OJC é pautado no sentido de corresponder à sua índole e às expectativas que naturalmente são criadas junto às sociedades onde atua. Paralelamente às iniciativas formalmente enquadradas no escopo da promoção social ou assistencial, relevantes e efetivamente eficazes, nos empenhamos na manutenção de uma prática empresarial ética, transparente e contributiva.
A valorização e respeito em relação aos recursos humanos e a gestão equilibrada de suas ferramentas materiais, são práticas internas que têm que se manter absolutamente coerentes com as manifestações externas e, principalmente, com as ações de questionamentos e exposição que promovemos por meio do jornalismo de nossos veículos.
8) RS – O que o senhor entende por responsabilidade social?
LL – Nossa principal atividade é o jornalismo. Isso nos impõe um comportamento absolutamente engajado no interesse social. Temos que nos conservar permanentemente atentos e sintonizados com esse interesse e, quando possível, nos anteciparmos na percepção de suas demandas e expectativas.
Além disso, temos que formatar nossos produtos de maneira que a população se sinta integrada à produção dos seus conteúdos, se sentindo segura e confortável para as suas manifestações. A quebra de preconceitos, a inclusão e o bem-estar de toda a sociedade, construídos por meio da informação de credibilidade, acessível, equilibrada, relevante e pertinente, é nossa fundamental responsabilidade. Formalmente temos que nos preocupar em usar todos os recursos, inclusive os da tecnologia, como as redes sociais, importantes ferramentas de introdução do cidadão ao nosso sistema de produção.
9) RS – Quais as metas do grupo para este ano?
LL – Além da manutenção e expansão das ações da Fundação Jaime Câmara e dos projetos já enunciados, a OJC trabalha para ampliar as possibilidades de participação do público no conteúdo de seus veículos, intensificando o uso de instrumentos como o Daqwitter (twitter de papel do jornal Daqui), Quero Ver na TV (sugestões de pauta da população para a TV Anhanguera), Face a Face (página do jornal O Popular no facebook), além do incremento de sua participação da web, aumentando ainda mais seu posicionamento junto às sociedades de Goiás e do Tocantins, no justo atendimento de sua disposição em proporcionar entretenimento e informação relevante, quando, como e na forma demandada, 24 horas, sete dias na semana.
Organização Jaime Câmara – Telefone: (11) 3813-1344 ramal 23
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