
Leonardo Silva
O jovem brasileiro Leonardo da Silva foi o primeiro colocado no OpenSpaces Developer Challenge – Edição 2008, patrocinado pela empresa GigaSpaces, com o aplicativo “Goods Donation System” (GoDo – Sistema de Doação de Bens). Arquiteto de sistemas e morador da cidade de Campinas, São Paulo, Leonardo criou esse aplicativo com o objetivo de unir, via web, os interessados na doação de bens àqueles que deles necessitam. O incentivo dado à responsabilidade social foi considerado pelo júri um dos grandes diferenciais do projeto. A sigla “GoDo” – que em inglês pode ser traduzida como “vai e faz” – é também um incentivo a abandonar o comodismo e fazer diferença. Leonardo realmente foi e fez: tornou-se vencedor nesse prêmio internacional e agora trabalha para fazer do aplicativo uma ferramenta útil às empresas e entidades interessadas na doação de bens. Confira a entrevista:
1) Responsabilidade Social – Como surgiu a idéia de realizar esse aplicativo e quais foram os primeiros passos para implantá-lo?
Leonardo da Silva – A idéia de realizar essa aplicativo surgiu há alguns meses atrás, quando vi na televisão um documentário sobre o desperdício de comida que acontece dia após dia em todo o Brasil. Enquanto milhares passam fome, supermercados, lanchonetes e restaurantes são obrigados a desprezar enormes quantidades de alimentos que ainda poderiam ser aproveitados apenas porque esses itens não foram consumidos. Eu sei que existem parcerias para doação de alimentos mas não existia um sistema informatizado, pelo menos até onde sei, que fosse capaz de centralizar esse tipo de informação de forma ágil e eficaz.
Quando surgiu o concurso criado pela empresa GigaSpaces (http://www.gigaspaces.com), o Openspaces Developer Challenge, ficou claro que o software fornecido por eles seria o ideal para implementar o meu aplicativo (chamado GoDo que é a abreviação de “Goods Donation System”).
2) RS – Esse processo foi fácil? Você contou com parcerias?
LS – O desenvolvimento do aplicativo eu fiz praticamente sozinho contando com o suporte de alguns amigos, e o incentivo da família. Esse sistema também segue a filosofia do código aberto e software livre. Isso quer dizer que qualquer ONG, instituição filantrópica ou governamental que queira usá-lo e alterá-lo tem total liberdade para isso.
Hoje, o sistema não está online mas seria muito importante se alguma organização o utilizasse realmente. Um sistema como esse envolve uma série de questões legais e de logística que não foram abordadas até o momento.
3) RS – E como ele funciona? Qualquer pessoa interessada em doar pode utilizá-lo?
LS – O seu funcionamento geral é bem simples: todo usuário cadastrado pode doar algum item (podem ser alimentos, roupas, utensílios domésticos etc.) e, ao mesmo tempo, pode pedir para receber alguma doação. O sistema controla quem deve receber uma doação baseado numa série de informações que o ajudam a selecionar o melhor doador. Em sua fase atual de desenvolvimento, o sistema ainda não controla como uma doação será entregue.
4) RS – Você desenvolve ou já produziu outros projetos voltados para a área social? Quais?
LS – Não havia desenvolvido nada para a área social antes.
5) RS – Como o senhor avalia o espírito solidário do brasileiro. Somos um povo que tem uma atuação ativa como voluntários?
LS – Eu creio que o brasileiro é um dos grandes povos solidários do mundo. Digo isso pelo fato de que em momentos de crise, vemos ações de pessoas anônimas e muitos que têm tão pouco e fazem questão de contribuir para quem que não tem nada. O que falta no Brasil é, no meu ver, a gestão da doação. Incentivar as pessoas a doar e receber criando uma cadeia de solidariedade e cidadania todos os dias do ano, de maneira controlada e honesta.
6) Qual o seu entendimento pessoal do termo “responsabilidade social”?
LS – Muitas vezes no nosso trabalho nos esquecemos que o que fazemos pode afetar a vida de uma ou milhares de pessoas. Ter responsabilidade social significa saber a extensão dos nossos atos e, da melhor forma que conseguirmos, contribuir um pouco para que tenhamos uma sociedade mais igualitária e justa.
7) RS – Como o senhor se sentiu ao receber o “OpenSpaces Developer Challenge” e na sua avaliação quais os principais retornos que esse reconhecimento pode trazer para o projeto?
LS – Fiquei muito feliz, pois atingi os objetivos iniciais que queria: criar um software que pudesse ser utilizado para ajudar realmente pessoas que têm necessidade, e ajudar à comunidade openspaces de forma útil e criativa. Creio que quanto mais pessoas tomarem conhecimento desse sistema, mais haverá a chance de em breve vê-lo funcionando na prática.
8) RS – Quais as metas para este ano?
LS – O sistema ainda está em seus estágios iniciais e precisa de melhorias e testes, então a meta é deixá-lo mais robusto e tratar questões que não foram abordadas por falta de tempo. Fica aqui o convite a todos que queiram contribuir e participar, afinal, é o trabalho em equipe que vai fazer a diferença.
Open Spaces: E-mail – leogsilva@gmail.com
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