Por Alane de Lucena Leal
Entendemos por Responsabilidade Social como uma forma de se programar soluções para os problemas sociais, cultivando um conjunto de valores e formando cultura interna e externa e tem como alicerce para sustentação a Ética e a Cidadania. Uma comunidade socialmente responsável é agente de uma nova cultura e de mudança social, produtora de valor para todos os colaboradores, acionista, sociedade e comunidades diferenciadas e de maior potencial de sucesso e longevidade. Sobretudo porque não há responsabilidade social sem ética, entendida enquanto práxis.
O que fomentou o surgimento da responsabilidade social empresarial foi o aumento da complexidade dos negócios, em decorrência da globalização e da velocidade das inovações tecnológicas e da informação além da competitividade no mercado (Ashley: 2003). Nesse contexto, as empresas e demais comunidades viram a necessidade de programarem projetos nas áreas sociais e ambientais. Isso implica dizer que responsabilidade social é um fator da chamada “inteligência competitiva” porque envolve os princípios da sustentabilidade, o que para Ashley (2003) significa a necessidade de corrigir o funcionamento do mercado.
O conceito de sustentabilidade é dependente de condicionamentos éticos relacionados às futuras gerações que irão depender da natureza e do meio ambiente para sobreviverem. Ética fala de ethos, de comportamento, de costumes que se tornam normativos para um grupo social. Procura perceber-lhes o caráter racional, universal, categórico que ultrapassa a arbitrariedade dos indivíduos. Como Sócrates (filósofo grego séc. V a.C.) diante do ethos grego de seu tempo, procura-se trazer ao tribunal da razão universal o ethos de nosso tempo a fim de construir-se uma ética que ultrapasse as opiniões (doxa), para se tornar demonstração.
Aristóteles, filósofo grego, 367 a.C. não pensava a ética do indivíduo e da sociedade separadamente. Nem pensava o indivíduo fora da sociedade. Fundamentar os direitos do indivíduo na própria natureza humana, anterior ao Estado é comum a todos. Portanto, direitos naturais e universais. O importante é ter a percepção de que os produtos das organizações empresariais são desenvolvidos sob influências políticas, sociais e econômicas. O fundamental é entender as ligações entre os interesses dos grupos sociais e a organização onde as atividades são desenvolvidas.
A Responsabilidade Social, a Ética e a Cidadania são os pontos de partida para um estudo de conscientização das organizações para se obter melhores resultados, em decorrência da globalização e inovações tecnológicas. Percebemos que a Responsabilidade Social vai além de ações sociais ou solidariedade, que tem como preocupação a busca crescente de qualidade de vida de seus colaboradores, clientes, acionistas e toda a comunidade, ou seja, de todos os envolvidos em suas atividades. Estão assim interligados com Ética e Cidadania, propiciando valores morais, que resultam em mudanças positivas da conduta humana, que favorecem as empresas com colaboradores produtivos, geradores de maiores lucros socais tendo indivíduos conscientes que são habitantes de um Estado livre com direitos e deveres.
Alane de Lucena Leal é mestra em Ciências da Religião (UCG), graduada em Filosofia (UCB) com especialização em Filosofia e Existência (UCB) e psicodramatista (CPP). É terapeuta comunitária (MISMEC-DF) e professora de Filosofia, Sociologia, Antropologia e Ética no UNIEURO-DF
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