O agronegócio brasileiro é muito importante na economia mundial e em 2021 cresceu cerca de 8,36% segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Universidade de São Paulo (Cepea-SP), além disso, representou 27,4% do PIB do Brasil, movimentando 110 bilhões de dólares e tendo a maior participação nesse indicador desde 2004.
Além de tudo isso, estima-se que o agronegócio brasileiro emprega cerca de 17,3 milhões de trabalhadores, compreendendo no total 20,1% de todo o mercado de trabalho no país. Dessa forma, com todos esses dados mostra-se que este é um setor de extrema importância nacional e como uma grande parte é exportada, isso também vale para o cenário internacional. Se quiser saber mais sobre o tema, leia até o final!
Agronegócio Brasileiro E Sua Participação Internacional
Estima-se que mais da metade das exportações que acontecem no Brasil são oriundas do agronegócio, uma das principais commodities é a soja, que é exportada para a China e os Estados Unidos e toda essa relevância está relacionada a evolução e uso de tecnologia no campo, aumentando a produtividade desse setor de uma maneira geral.
A tecnologia utilizada no campo está bastante relacionada a novas técnicas de cultivo do solo, insumos, sementes melhoradas, georreferenciamento das fazendas e locais de produção e uso de drones para uma agricultura de precisão.
De acordo com a Cepea Export, estima-se que o valor das exportações no primeiro semestre de 2022 ultrapassou 79 bilhões de dólares, sendo puxado pela alta de 28% do dólar no mesmo período em relação ao ano passado e havendo um volume 26% maior que em 2021.
Os produtos que mais se destacaram quando enviados para o exterior no primeiro semestre de 2022 foram o óleo de soja, que cresceu mais de 65% em volume exportado (IVE-Agro/Cepea) e o farelo de soja que cresceu 28,4%, no entanto a quantidade de soja em grão embarcado caiu praticamente 8%.
A carne bovina in natura apresentou uma alta de 21,5% em relação a 2021, o milho 16,5%, a celulose 15,1%, carnes de aves 8,4% e madeira 4,2%. Houve uma queda superior a 20% da cana de açúcar e do etanol.
Com a oferta mundial mais restrita principalmente devido a guerra na Ucrânia, houve um aumento de 76% no café, 47% no etanol, 42% no óleo de soja, 6% no farelo de soja, 34% na soja em grão, 25% no milho, 20% no açúcar, 26% na carne bovina e de 21% na carne de frango, frente aos mesmos preços em 2021.
Principais Países Compradores Do Agronegócio
A China é o principal comprador do agronegócio brasileiro, em 2022, no primeiro semestre, houve um aumento de 35% da carne bovina exportada em relação ao volume. Quando falamos da soja, a China comprou cerca de 66% deste produto exportado pelo Brasil no primeiro semestre, sendo também a principal consumidora de:
- Carne bovina, comprando 65% do que é exportado;
- carne suína, comprando 37%;
- frango, comprando 14%;
- celulose 38%;
- além de outros itens.
Dessa forma, a participação total da China no agronegócio brasileiro gira em torno de 35,6%. A Europa, considerando o continente como um todo é o segundo principal destino e recebeu cerca de 16% do valor total exportado pelo agronegócio no primeiro semestre de 2022. Os Estados Unidos são o terceiro maior destino do agronegócio brasileiro, sendo 6,5% em 2022 e mantendo o mesmo que o ano passado.
Commodities Exportadoras
O complexo da soja é o setor que mais exporta, representando cerca de 48% da receita gerada em dólar pelo agronegócio no Brasil no primeiro semestre deste ano, equivalente a US$ 38 bilhões. A pecuária tem o segundo lugar, representando 15% do faturamento obtido no ano. O setor florestal ficou em terceiro lugar com 10,4%.
Divisões Dos Setores Do Agronegócio Brasileiro
Os principais setores do agronegócio brasileiro são:
- bioenergia;
- misto (compreendendo geralmente cooperativas);
- proteína animal;
- graõs e óleos.
30% da receita total advém da proteína animal, 26% de bioenergia e 18% de tradings. Além disso, das 100 empresas de capital aberto existentes, 23 são cooperativas e a maioria delas está no Sudeste, Sul e Centro-oeste.
Investimento No Agronegócio
Existem diferentes formas de se investir no agronegócio brasileiro, uma das mais comuns está no compra de ativos listados na bolsa, sejam eles empresas que participam desse setor ou até mesmo fundos imobiliários relacionados ao agronegócio, podendo também se investir em projetos específicos que fazem captações através de plataformas de crowdfunding.
O Fiagro ou fundo de investimento de agronegócio é um veículo de investimento utilizado para arrecadar recursos para se investir em imóveis rurais e em atividades da produção desse setor, podendo ser ele feito através de títulos de créditos ou em valores mobiliários.
Além disso, existe a possibilidade de adquirir os direitos creditórios do agronegócio e também títulos de securitização emitidos com lastros nestes direitos. Cabe ressaltar que os fundos estão sujeitos ao IRRF, imposto de renda retido na fonte, com alíquota de 15% e sua estrutura é similar a dos fundos de investimento.
Existem três tipos de Fiagro, eles são:
- Direitos creditórios (Fiagro-FIDC);
- Imobiliários (Fiagro-FII);
- Participações (Fiagro-FIP).
Cada um deles possui vantagens e desvantagens. O primeiro tem o objetivo de investir em direitos creditórios da agroindústria e é utilizado pelas empresas para captar recursos para garantir um bom fluxo de caixa e financiar suas operações a juros menores que o de maneiras comuns.
O segundo visa investir em terras agrícolas e rentabilizar ele através das distribuições, democratizando essa possibilidade para pequenos investidores. O terceiro oferece a aquisição da participação em empresas agrícolas sem aportar um grande volume financeiro.
Para entender qual dos três faz mais sentido e se vale a pena ou não investir nesse setor, você deve buscar estudar mais profundamente as maneiras de se expor e entender qual é a melhor para o seu perfil de investidor e o seu objetivo.
Referência: https://www.cepea.esalq.usp.br/upload/kceditor/files/Cepea_Export_1_sem_2022(1).pdf
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