A 11ª edição do Prêmio Itaú-Unicef recebe, até o dia 4 de maio, inscrições de ONGs que atuam em prol da Educação Integral de crianças, adolescentes e jovens brasileiros em conjunto com escolas públicas. A premiação reforça que a parceria entre ONG e escola é um caminho para a transformação, a garantia de direitos e o enfrentamento das desigualdades.
A novidade desta edição, que tem como tema Educação Integral: aprendizagem que transforma, é que, pela primeira vez, as escolas parceiras das ONGs serão premiadas juntamente com a organização. Os contemplados receberão um valor de até R$ 225.000,00, que deverá ser usado para a execução dos projetos vencedores e para investimentos na unidade escolar que contribuam para a Educação Integral.
O Prêmio Itaú-Unicef é uma iniciativa da Fundação Itaú Social e do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), com a coordenação técnica do Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária (Cenpec). No último ano, mais de 3000 ONGs se inscreveram e fomentaram a importância da Educação integral no país.
Leia, abaixo, uma pequena entrevista com Patricia Guedes, Gerente da Fundação Itaú Social:
Responsabilidade Social – O que é o Prêmio Itaú-Unicef?
Patricia Guedes – O Prêmio Itaú-Unicef é uma iniciativa da Fundação Itaú Social e do UNICEF, com a coordenação técnica do Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária (Cenpec). O objetivo principal é identificar, reconhecer e estimular parcerias entre organizações da sociedade civil e escolas públicas, no desenvolvimento de projetos socioeducativos que contribuam com as políticas públicas de Educação Integral para crianças, adolescentes e jovens brasileiros em condições de vulnerabilidade socioeconômica.
A premiação é dividida em 32 projetos vencedores regionais, que recebem R$ 50 mil para cada dupla (organização e escola pública); quatro projetos vencedores nacionais, cujo prêmio é de R$ 200 mil para cada dupla (organização e escola pública). Existe, ainda, um grande vencedor nacional, com a premiação no valor de R$ 500 mil para a organização e escola responsáveis pelo projeto.
RS – Quais foram suas origens?
PG – O Prêmio Itaú-Unicef foi ciado em 1995, após a promulgação da Constituição Federal brasileira e do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), em um contexto de significativas mudanças sociais. O Prêmio Itaú-Unicef teve 406 organizações inscritas em sua primeira edição, e contou com 2.713 inscrições de projetos socioeducativos em 2013. Nos 20 anos do programa, foram mais de 40 mil organizações inscritas em 10 edições. Durante a trajetória, o Prêmio sofreu algumas modificações, como a introdução de um tema como estratégia impulsionadora, a divisão em portes financeiros e em regionais, com a formação de grupos de avaliadores em cada uma das cidades-sede.
RS – Quem já ganhou o Prêmio nas últimas edições?
PG – O grande vencedor nacional da última edição, realizada em 2013, foi o projeto “Virando o Jogo”, da Fundação Gol de Letra. O projeto busca desenvolver tanto habilidades físicas e corporais, quanto aquelas voltadas à expressão oral e escrita de crianças e adolescentes.
Os outros projetos vencedores vencedoras nacionais em 2013 foram:
- Categoria Nacional Grande Porte: Projeto Oficinas do Saber
- Categoria Nacional Médio Porte: Projeto Comunidade do Erê – Fazendo Arte com Criatividade
- Categoria Nacional Pequeno Porte: Projeto Escola de Cidadania – Preparando os Adolescentes para o Futuro
- Categoria Nacional Micro Porte: Projeto RPTV – Rede Potiguar de Televisão Educativa e Cultural.
RS – Como se dá a avaliação dos inscritos?
PG – Os Projetos serão avaliados levando-se em conta sua qualidade e a parceria entre a OSC e a Escola. O processo de seleção ocorre em seis etapas:
1ª Etapa – análise das fichas de inscrição – abril a junho de 2015.
2ª Etapa – agrupamento das OSCs por porte financeiro – junho e julho de 2015.
3ª Etapa – seleção regionalizada dos Projetos semifinalistas – julho e agosto de 2015.
Serão selecionados até cinco Projetos de cada um dos grupos formados na 2ª etapa, resultando em até vinte Projetos por Regional, que comporão o grupo de até 160 Projetos semifinalistas em âmbito nacional.
4ª Etapa – seleção dos Projetos finalistas em âmbito Regional – setembro de 2015
Será indicado até um Projeto de cada porte, em cada Regional, totalizando até quatro Projetos finalistas por Regional e até 32 Projetos finalistas.
5ª Etapa – visitas técnicas aos Projetos finalistas – setembro de 2015
Cada um dos Projetos finalistas será visitado por um profissional da Comissão Técnica de Visitas, para verificar as conformidades com o regulamento. Os Projetos finalistas ratificados serão considerados vencedores regionais e informados da classificação no momento da premiação regional.
6ª Etapa – seleção dos Projetos vencedores nacionais – outubro de 2015
Serão selecionados quatro vencedores nacionais, um de cada grupo, e um grande vencedor.
RS – Quem e como podem se inscrever?
PG – A inscrição é gratuita e pode ser realizada por organizações da sociedade civil que executem um projeto de educação integral voltado para crianças e adolescentes de 6 a 18 anos em parceria com escolas públicas. A organização responsável pelo projeto deve ser não governamental e sem fins lucrativos, responsável direta pelo projeto inscrito, com implantação anterior a 12/03/2014. As inscrições podem ser realizadas pelo site http://www.premioitauunicef.org.br
RS – Cada edição é composta por dois anos: o primeiro de premiação e o segundo de formação. Como é realizado esse processo?
PG – Durante os anos pares, o programa oferece diferentes ações de formação para educadores e gestores das organizações e escolas públicas participantes do Prêmio. São oferecidas formações, também, para agentes públicos e de diversos segmentos da sociedade envolvidos com a garantia dos direitos de crianças e adolescentes, com o objetivo de estimular ações que promovam a Educação Integral. Os processos formativos contam com ações presenciais e a distância. Nos anos ímpares, são avaliados e premiados os projetos das organizações, mobilizando e dando visibilidade a diversas ações socioeducativas inovadoras e de qualidade. Unindo as ações de premiação e formação, o Prêmio Itaú-Unicef cria e estimula um grande processo de mobilização social que valoriza o trabalho das organizações da soci-edade civil.
RS – Qual o seu entendimento do termo ‘responsabilidade social’ e como o prêmio influencia e incentiva essa prática?
PG – No caso da Fundação Itaú Social e do trabalho que desenvolvemos aqui, preferimos a ideia de investimento social. Ao apoiar a realização de um programa de âmbito nacional, que premia boas práticas, o Itaú, por meio da Fundação Itaú Social, alavanca um importante trabalho voltado para a formação de crianças e adolescentes, tornando-o referência para outras ações. Entendemos que aprender é condição para transformar, para superar desigualdades, para transpor obstáculos, para vencer desafios e desenvolver-se integralmente, num processo contínuo presente em todas as etapas da vida, especialmente na infância e adolescência. Este é um processo que vai além do Prêmio Itaú-Unicef e das iniciativas e programas desenvolvidos pela Fundação Itaú Social.
Temos um papel transformador e queremos impulsionar este papel para os demais setores e organizações da sociedade civil. Somos uma organização que quer, de fato, impactar resultados educacionais a partir de ações sociais e de engajamento social. Acreditamos que nossa contribuição pode fazer a diferença e promover uma atuação conjunta com parceiros e interessados na melhoria da educação. Nosso trabalho e atuação buscam favorecer o envolvimento das pessoas, traçando estratégias de mobilização. Nossa missão é elaborar, disseminar e desenvolver metodologias, que possam contribuir com a educação pública no Brasil.
As informações completas estão no site www.premioitauunicef.org.br.
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