Por Roberto Araújo
O ditado popular “melhor prevenir que remediar” traduz o conceito de sustentabilidade na saúde das pessoas. A expectativa de vida dos brasileiros vem aumentando. De 45 anos em 1940, passando a 72em 2008, a estimativa para 2050 é viver até 81 anos. Com o envelhecimento da população, os custos com planos de saúde e com o sistema previdenciário do Brasil podem entrar em colapso.
Ações preventivas para reduzir os custos e o consumo de recursos pelo sistema de saúde, contribuem para melhorar a competitividade, a qualidade de e o desenvolvimento sustentável. Segundo o estudo NEXT, da consultoria Ideia Sustentável, com os sete desafios de sustentabilidade para o setor da saúde, “os objetivos de sustentabilidade não podem ser atingidos quando se verifica uma prevalência de doenças debilitantes. Se a produtividade das nações depende de cidadãos saudáveis, a sustentabilidade dos sistemas de saúde é uma questão de competitividade e um imperativo econômico e moral”.É importante a responsabilidade compartilhada entre a sociedade sobre o meio ambiente, as pessoas e a economia.
O Instituto Trata Brasil, em parceria com Associação Brasileira dos Membros do Ministério Público de Meio Ambiente (ABRAMPA), lançou um estudo que mostra os municípios da região da Baía de Guanabara poderiam ter ganhos econômicos com acesso ao saneamento básico, garantindo, por exemplo, um acréscimo na economia local de R$ 460 milhões por ano.O mesmo estudo com dados do DATASUS, mostra que em 2013 foram notificadas 2.745 internações por infecções gastrintestinais na região. Desse total, os médicos classificaram 48% como “diarreia e infecção intestinal”. O acesso de todos ao saneamento básico reduziria os gastos por internação em R$ 150 mil por ano. Outra característica nacional é a relação entre a massa populacional e poluição.
Segundo o Instituto Saúde e Sustentabilidade, em relação à mortalidade atribuível à poluição, o estado de São Paulo teve, entre 2006 e 2011, 99.084 mortes atribuível à poluição. O estudo aponta que até 2030, mesmo com redução da poluição do ar em 5%, haverá aproximadamente 250 mil óbitos e um gasto público em internações estimado em mais de R$ 1,5 bilhão.Educação e cultura de segurança também são importantes para evitar custos desnecessários com o sistema de saúde do País. O número de mortes em acidentes de trânsito com motos, por exemplo, aumentou 263,5% em 10 anos, segundo dados do Sistema de Informações de Mortalidade (SIM) do Ministério da Saúde. O salto no número de vítimas fatais em acidentes com motos é maior que o aumento de mortes por acidentes de trânsito em geral, que envolve carros, motos, caminhões, ônibus, pedestres.
Entre os principais desafios e medidas está a responsabilidade de cada cidadão por sua saúde e um olhar mais estratégico das empresas, promovendo um estilo de vida saudável dos colaboradores como vantagem competitiva integrada ao planejamento do negócio. A preocupação com os impactos socioambientais no ciclo de produção dos serviços de saúde e a promoção de ações preventivas por meio da sustentabilidade para a melhoria contínua da qualidade da gestão hospitalar entram na lista.
Com a colaboração de todos, tecnologias mais acessíveis, produtos e serviços inovadores teremos um sistema de saúde mais socioecoeficiente, pessoas saudáveis e pacientes com um atendimento melhor e mais humanizado.
Roberto Araújo é diretor-presidente da Fundação Espaço ECO®
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