Sob fortes críticas da comunidade científica, de movimentos sociais e de ambientalistas, 193 líderes globais aprovaram o texto base da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, no dia 22 de junho. O documento “O Futuro Que Queremos”, jogou para os anos 2014 e 2015 definições sobre financiamento e metas para um desenvolvimento pautado na sustentabilidade.
O texto aprovado procurou acomodar interesses do bloco de emergentes, de parte dos países ricos e até do Vaticano. O resultado: um documento genérico. Somente em 2015, por exemplo, deverão ser implementados os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, a principal inovação da Rio +20 – trata-se de um conjunto de metas incorporando critérios socioambientais.
Na avaliação da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), a Rio +20 chegou ao fim com um retrocesso quando comparada a Eco 92. O secretário-geral da entidade, dom Leonardo Steiner, afirmou que a economia verde defendida pelas autoridades governamentais foge do debate central de desenvolvimento de uma política ambiental que promova o crescimento sustentável.
Ao final da conferência, Bolívia e Equador também foram contrários a alguns pontos do documento, como a redução dos subsídios aos combustíveis fósseis. Os países afirmaram que não vão aceitar qualquer monitoramento externo a suas políticas energéticas internas. A Bolívia também disse rechaçar o conceito de economia verde que, para o governo, é o mesmo que mercantilizar a natureza. Já a União Europeia e o Peru ressaltaram que queriam um documento mais ambicioso.
O secretário-geral da Rio +20, o chinês Sha Zukang, lembrou que o cumprimento de metas dependerá da responsabilidade com acordos assumidos. “Os resultados complementam-se e os compromissos firmados são importantes, mas o trabalho começa agora. Prometer é fácil. Mas manter os compromissos com a sustentabilidade exige esforço”, alertou.
Já a presidente da República, Dilma Rousseff, destacou que os resultados concretos da Rio+20, soma-se um “legado intangível”, que é a mobilização de uma nova geração no Brasil e no mundo, em torno dos desafios da sustentabilidade. “Assim como em 92 [a conferência] terá efeito transformador nas gerações atuais e futuras.”
Em enquete realizada pelo boletim Responsabilidade Social sobre os desafios da Rio +20, 64,9% dos leitores afirmaram que o principal deles seria alcançar um comprometimento político dos países para o desenvolvimento sustentável. Apenas 35,1%, afirmou que o grande desafio seria implementar as resoluções dos principais encontros sobre desenvolvimento sustentável. Foram ouvidas mais de 340 pessoas.
E você? Ficou satisfeito com o resultado da Rio +20?
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