IBGE traça o perfil do segmento e calcula sua a participação na economia brasileira
O terceiro setor já é destaque na economia nacional. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que avaliou pela primeira vez a participação econômica do segmento no Brasil, o setor movimenta aproximadamente R$ 32 bilhões. Este valor representa 1,4% na formação do Produto Interno Bruto Brasileiro (PIB).
A pesquisa usou como base o Cadastro Central de Empresas (Cempre) do IBGE para o ano de 2002, que cobre o universo das organizações inscritas no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ). Realizada em parceria com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), a Associação Brasileira de Organizações Não Governamentais (Abong) e o Grupo de Institutos, Fundações e Empresas (GIFE), o estudo traz um panorama sobre o perfil das instituições privadas sem fins lucrativos atuantes no país, tendo como base a metodologia internacional do Handbook on Non-profit Institutions in the System of National Accounts.
Entre os dados revelados na publicação As Fundações Privadas e Associações sem Fins Lucrativos no Brasil (Fasfil), destaque para o crescimento de 157% do número de fundações privadas e associação sem fins lucrativos entre 1996 e 2002. Isso representa um salto de 105 para 276 mil instituições oficialmente cadastradas. A maior parte delas está concentrada na Região Sudeste (44%), sendo que somente os estados de São Paulo (21%) e Minas Gerais (13%), reúnem um terço das organizações existentes em todo o Brasil.
“Estas empresas estão ligadas as mais diversas atividades, das quais destacam-se organizações religiosas, instituições de saúde, educação, cultura e recreação”, destaca o diretor da Gerência do Cadastro Central de Empresas do IBGE, Bruno Erbisti. Vale destacar o crescimento das entidades voltadas para a promoção do desenvolvimento e defesa de direitos. Estas representam 16% do total das Fasfil, e a maior parte delas (76%) foi criada depois de 1990.
Entre 1996 e 2002, o número de pessoas ocupadas no setor também teve um aumento expressivo. A quantidade de empregados assalariados passou de 1 para 1,5 milhão, um crescimento de 50%. Este número representa 5,5% do total de pessoas empregadas em todas as organizações formalmente registradas no país. “Mas é importante destacar que apesar desse número considerável de trabalhadores formais, a grande maioria das instituições não têm empregados assalariados”, pontua o diretor da Gerência do Cadastro Central de Empresas do IBGE, Bruno Erbisti.
Já a média salarial mensal destes profissionais em 2002 era de 4,5 salários mínimos. O valor é superior à média geral dos ocupados assalariados de todas as organizações integrantes do Cempre (públicas, privadas lucrativas e não-lucrativas), que recebiam cerca de 4,3 salários mínimos.
“Devido a sua crescente importância na economia e na prestação de serviços à sociedade, bem como são freqüentes as dúvidas e demandas por informações atualizadas, atualmente, consta na nossa pauta de trabalho a elaboração de um novo estudo sobre este setor”, revela Bruno Erbisti. Ainda sem data para nova pesquisa, o diretor garante que o estudo também usará dados do Cadastro de Empresas do IBGE e que com ele será possível fazer uma avaliação sobre a evolução do terceiro setor.
IBGE, Telefone: 0800-721 8181, Site: www.ibge.gov.br
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