Daniela Gerhard

Daniela Gerhard

A jornalista mineira, Daniela Gerhard, tem feito um verdadeiro “trabalho de formiguinha” junto às empresas de Minas Gerais em prol do desenvolvimento sustentável e da solidariedade. Ela lidera a empresa de consultoria sócio-ambiental Valor Social, que há cinco anos orienta instituições públicas e privadas para que essas reconheçam a importância de investirem no terceiro setor.

O trabalho desenvolvido pela instituição consiste em estudar, orientar e viabilizar ações que potencializam estratégias sociais para auxiliar comunidades necessitadas do estado. Para essa empreitada, a instituição já conta com a colaboração de 24 empresas, entre clientes e parceiros, além de voluntários.

O interesse de Daniela Gerhard pela temática social é antigo. “Sempre gostei de trabalhos voluntários. Há 10 anos conheci uma senhora que abriu as portas da casa dela e recebia crianças que sofriam violência doméstica. Eu me encantei com o desprendimento dela e passei a freqüentar a creche. Apaixonei-me pelas crianças e comecei a arrecadar coisas pra elas. Sempre conseguia mobilizar muitas pessoas”, lembra.

Após esse primeiro contato, ela não parou mais. Atuou com portadores do vírus HIV, com pessoas com Hepidermose Bolhosa (uma doença de pele), entre outros. “Eu trabalhava em uma grande empresa e todos me apoiavam sempre. Ao terminar duas faculdades, fui fazer uma pós em marketing e estudei sobre voluntariado. Aí, resolvi pedir demissão e investir em projetos de responsabilidade social”, destaca.

Com vocação para voluntária, Daniela Gerhard montou no ano passado o Comitê Valor de Vida para apoiar projetos sociais que atuam com “Educação Básica de Qualidade”, uma das metas dos oito Objetivos do Milênio. Entre as atividades, destaque para o estímulo ao voluntariado durante todo o ano, incentivando doações de material escolar, mantimentos e visita às creches. “O comitê foi uma conseqüência de todo esse trabalho que já existe há algum tempo. E ele ainda me deu a chance de envolver outras pessoas, o que é muito importante. Sinto que essa é a minha missão”, garante.

Já em sua primeira ação, no Dia do Voluntário, conhecido como Dia V, realizado no final do ano passado, o comitê mobilizou 40 empresas, 60 voluntários e arrecadou mais de 6.200 itens, entre brinquedos, roupas, alimentos e material escolar. A mobilização social beneficiou diretamente 135 crianças e adolescentes de 0 a 14 anos, da Creche Nova Aliança do Amparo ao Menor e da Associação Dinâmicas. “Atualmente fazemos ações semelhantes todos os meses e os participantes do dia V são convidados para atuar”, explica. Para esse ano, a meta é aumentar o número de empresas e voluntários e arrecadar mais materiais no Dia V.

Para ela, o voluntariado no país ainda tem uma atuação tímida e é pouco incentivado, mas o brasileiro é solidário. “Não temos muita cultura como voluntários. Nas escolas começamos a ver alguma ação nesse sentido. Conheço bem esse universo e sei que muita gente se mobiliza com muita doação material e pouca participação, mas, estamos num processo cultural de voluntariado cada vez mais ativo”, completa.

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