Química da cidadania

Alunos no laboratório de química

Alunos do colégio Sigma produzem material de limpeza e doam para entidades carentes do DF

O famoso refrão da banda Legião Urbana, “E eu odeio química”, já não faz mais parte da rotina dos alunos do ensino médio do Centro Educacional Sigma, em Brasília, Distrito Federal. Eles aprenderam na prática que fórmulas, da matéria antes considerada uma das mais complicadas, podem ser utilizadas fora da sala de aula e, ainda, promover cidadania.

Tudo começou com a iniciativa do professor Wallúcio Alves, que resolveu comprovar a sua tese de mestrado “A importância da química no cotidiano do aluno”, dentro dos laboratórios da escola. Ele passou a ensinar aos estudantes de mais de 17 turmas do 1º ano do ensino médio, a fabricar sabão, detergentes, desinfetantes e materiais de limpeza em geral.

“É muito importante a socialização do conteúdo. Agregar a parte técnica à fabricação de produtos de limpeza estimula ainda mais a atenção dos estudantes e torna-se mais interessante para eles ao saberem que todo o material produzido em laboratório será de grande valia”, destaca o professor.

A empolgação de Wallúcio em aplicar a teoria no laboratório tem sua razão. Ele resolveu que nada mais seria desperdiçado. Para mostrar aos alunos a importância do que eles produzem em sala de aula, o que é fabricado é doado ao projeto social Anjos do Sigma, que distribui todo o material para entidades carentes.

Com a aceitação do novo método de ensino, as instituições foram as mais beneficiadas. “Nas últimas aulas, produzimos aproximadamente 100 litros de desinfetante, 100 litros de amaciante e 100 litros de sabão líquido. A iniciativa é um sucesso. Já temos pedidos de mais entidades querendo o nosso material fabricado”, conta Wallúcio. Hoje, cerca de 50 instituições estão cadastradas para receber os produtos.

Segundo o professor, a intenção é que sejam feitas experiências com materiais de limpeza inclusive para aproveitamento da escola. “O Sigma está investindo na ação. Ensinar a cidadania faz parte do processo de formação do estudante. Além da produção dos produtos, a escola ainda fornece a embalagem para distribuição com rótulos. O projeto está crescendo e ficando mais sofisticado”, acredita.

Além da satisfação dos alunos e da escola, alguns pais de estudantes que já participavam de projetos sociais, souberam da produção dos alunos e passaram a solicitar parte do material para doações. “A aplicação dessa aula comprova que o que eles aprendem em sala de aula tem uma utilidade prática. A participação de quase 600 alunos nesse trabalho terá o seu proveito no futuro”, prevê.

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