
Lagoa Bonita
Trabalho inédito localiza e monitora nascentes de uma das principais bacias do DF e recupera margens do lago responsável por 65% do abastecimento local
As cinquenta nascentes da Unidade Hidrográfica de Mestre D”Armas, uma das principais bacias do Distrito Federal, serão monitoradas e contarão com acompanhamento especializado. Trata-se de uma iniciativa pioneira realizada pelo Instituto Brasília Ambiental (Ibram), dentro do “Programa Adote uma Nascente”, criado em 2002, com intuito de preservar, conservar e recuperar as nascentes que mantém suas características naturais.
Iniciado neste ano, esse é o primeiro estudo com registro cartográfico e fotográfico realizado com os rios dessa bacia. O trabalho também inclui levantamento de dados específicos como, por exemplo, vazão de água e diagnóstico da situação das nascentes. O projeto foi contemplado em edital público (precisa?) e está dividido em três fases. A primeira etapa teve início no mês de maio e segue para conclusão dos levantamentos. A segunda tem previsão de começar ainda neste mês e a última deverá ser concluída até julho do próximo ano.
Segundo a coordenadora do projeto, Vandete Inês Maldaner, o trabalho focalizou os estudos a princípio na Bacia do Mestre D’Armas pela sua importância e relevância hidrográfica no DF. “O projeto prevê o monitoramento de 50 nascentes com características distintas. Na primeira etapa do projeto priorizamos as nascentes localizadas dentro da Estação Ecológica de Águas Emendadas (ESEC-AE). A segunda fase terá como foco os seis parques ecológicos situados na unidade hidrográfica do Mestre D’Armas. E a última etapa será feito o diagnóstico qualitativo da água na região”, explica.
A coordenadora ressalta que o levantamento de informações sobre as nascentes é de suma importância para a região e contribui com o Rio São Bartolomeu. “Em curto prazo teremos os primeiros resultados que são os diagnósticos de cada nascente pesquisada, em médio prazo veremos a recuperação das nascentes e áreas ao redor delas e em longo prazo poderemos dar continuidade no monitoramento das áreas e nascentes recuperadas com uma análise conclusiva dos estudos”, esclarece.
Também dentro da proposta de proteger os recursos hídricos do DF, o órgão ambiental investirá recursos da ordem de R$ 7 milhões para a restauração das margens do Lago Descoberto, responsável por 65% do abastecimento local. O projeto prevê a recuperação da orla e, ainda, a averbação das reservas legais. A primeira etapa do projeto começou na área mais próxima do lago devido a sua contribuição direta para o seu reservatório, porém a iniciativa prevê o manejo de toda a bacia.
O projeto contempla, ainda, outras ações protecionistas. “Como, por exemplo, a recuperação de nascentes, canais de ligação, mata ciliar, de estradas de acesso, combate a erosão e assoreamento e atividades ambientais”, explica a assessora da Diretoria de Gestão de Unidades de Conservação do instituto, Eliana Fortis Silveira dos Anjos.
Os recursos, que também serão aplicados na recuperação da vegetação original, serão originados de multas ambientais e compensações pagas por grandes empreendedores e também dos produtores rurais da região, que se comprometeram a comprar mudas e a plantá-las. Situado em Brazlândia, o lago abastece mais de dez cidades.
Instituto Brasília Ambiental – Tel.: (61) 3325-6838
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