
Divulgação Ipoema
Ambientalistas do DF adotam a permacultura, um sistema ecológico de ocupação da terra
A ONG Ipoema – Instituto de Permacultura, Organização, Ecovilas e Meio Ambiente tem divulgado no Distrito Federal (DF) uma forma de ocupação do espaço físico de modo ecologicamente correto. Trata-se da permacultura, uma proposta ético-ambiental difundida pelos australianos Bill Mollison e David Holmgren na década de 70, que visa o desenvolvimento sustentável e integrado de propriedades.
“A permacultura está baseada em que três princípios básicos: cuidado com a terra, com as pessoas e a com a distribuição dos excedentes”, explica o permacultor Rafael Poubel. Segundo ele, as unidades habitacionais construídas dentro deste modelo, são projetadas de forma integrada com o ambiente e posicionadas de forma a otimizar o uso do espaço. “As habitações são construídas visando o mínimo impacto ambiental a baixo custo, alto conforto térmico e máxima utilização da energia solar”, explica.
Para a construção destas moradias são utilizados, prioritariamente, recursos naturais locais, como barro cru, pedras, bambu e também materiais de rejeitos urbanos, como garrafas, vidros de automóveis e outros materiais reciclados. “O sistema de saneamento é projetado para a reutilização dos rejeitos de alimentos e dejetos para a fertilização do solo”, completa.
Exemplos desta cultura de ocupação são as Chácaras Asa Branca, Santa Rita, Semente e o Sítio Tamanduá, as quatro estações permaculturais produzidas pelo Ipoema no DF e referências deste conceito. Somente na Chácara Asa Branca, localizada a 25 km de Brasília, há três habitações construídas com barro, bambu e árvores nativas do local, junto a tecnologias simples como vigas de ferro, cimento e restos de mármore, lixo da marmoraria ao lado. A chácara mantém a vegetação nativa do cerrado preservada e possui sistema de captação de água potável, que é feita pelo telhado por meio de uma calha e conta com reservatórios e tanques para captação da água da chuva. Parte da alimentação é suprida por duas hortas mandalas de 40 metros quadrados cada.
Mas achar que este formato só se aplica em regiões agrícolas é engano. Segundo Poubel, o modelo pode ser adotado em espaços urbanos e até em apartamentos. “Os prédios podem ser planejados para utilizar a água da chuva, reciclar as águas residuais para uso de irrigação e lavagem de pisos e outros fins”, salienta. Os espaços de parques e jardins também podem ser cuidados pelos moradores em sistema de mutirão para a produção de hortaliças e frutíferas nos chamados jardins comestíveis.
Criada há dois anos o Ipoema reúne hoje 30 associados efetivos das mais diversas áreas de formação, como engenheiros florestais, biólogos e profissionais da área de saúde. Voltado para área educacional, o instituto realiza ainda cursos permaculturais, projetos de assentamentos rurais para a implantação de sistemas agroecológicos, dentre outros.
Ipoema – Instituto de Permacultura, Organização, Ecovilas e Meio Ambiente: www.ipoema.org.br
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