
Brasil ficou em 35º lugar, com 62 pontos, na pesquisa mundial
Relatório divulgado neste mês mostrou que o homem pode não estar utilizando os recursos marinhos de forma sustentável
Pesquisadores internacionais apresentaram neste mês o Índice de Saúde dos Oceanos (OHI, na sigla em inglês). Trata-se da primeira medida abrangente indicadora da saúde dos ambientes marinhos. O estudo revelou que numa escala de 100 pontos, a média global da qualidade alcançou 60. O Brasil ficou em 35º lugar, com 62 pontos.
Baseado no estudo de 171 regiões costeiras no mundo todo, o novo índice, lançado pela Conservação Internacional, National Geographic Society e New England Aquarium, é uma medida quantitativa da saúde dos oceanos em termos dos benefícios que eles trazem e considera os seres humanos como parte desse ecossistema.
O índice é organizado em torno de dez fatores definidos para medir o uso que as pessoas fazem dos recursos e serviços oferecidos pelo oceano e ambientes costeiros: provisão de alimentos; oportunidades de pesca artesanal; produtos naturais; armazenamento de carbono; proteção costeira; subsistência e economia; turismo e recreação; identidade local; águas limpas; e biodiversidade.
Quanto menor a pontuação, pior a situação, mostrando que ou o homem não está aproveitando os benefícios fornecidos pelos oceanos, ou não está utilizando esses benefícios de modo sustentável. Espera-se que o OHI torne-se uma importante ferramenta para políticos tomarem decisões sobre o futuro dos oceanos.
“A pontuação global de 60 é uma forte mensagem de que não estamos gerenciando o uso dos oceanos de maneira adequada,” disse Bud Ris, presidente do New England Aquarium e coautor do artigo na Nature. “Há muita oportunidade para melhorias e nós esperamos que o OHI torne esse ponto bastante claro.”
De acordo com o índice, a maricultura recebeu uma das mais baixas pontuações (10 de 100), revelando oportunidades para os países criarem espécies marinhas de modo sustentável para ajudar a atender à demanda do crescimento da população e fornecer benefícios econômicos.
Os países do oeste da África tiveram a mais baixa pontuação no Índice de Saúde dos Oceanos. Esses países também tiveram baixa classificação no Índice de Desenvolvimento Humano, sugerindo uma relação entre um bom governo, economias fortes e litoral saudável.
“Pela primeira vez, temos uma medida abrangente do que está ocorrendo com os oceanos e uma plataforma global a partir da qual podemos avaliar as implicações das ações ou omissões humanas”, disse Greg Stone, vice-presidente sênior e cientista chefe para os Oceanos da Conservation International e outro autor do artigo.
Os locais com mais alta pontuação incluíram tanto nações densamente populosas e altamente desenvolvidas, como a Alemanha – em quarto com 73 pontos –, como locais remotos como a Ilha Jarvis, no Pacífico – que ficou em primeiro com 86 pontos. O índice foi desenvolvido por 30 pesquisadores de vários institutos, como a Universidade da Califórnia, a Universidade da Columbia Britânica e a Conservação Internacional.
(Com informações da Agência Fapesp)
Índice de Saúde dos Oceanos: www.oceanhealthindex.org
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