
No filme homônimo, Haley J. Osment dissemina a prática diária de gentileza
Brasil se une ao movimento mundial que tem a proposta de mobilizar os cidadãos para adotarem ações de gentileza no cotidiano
O Brasil passa a ser o 29º país a integrar o Pay it Forward Day (A Corrente do Bem), movimento colaborativo internacional que surgiu na Austrália, em 2007, por iniciativa de Blake Beattie. Inspirada na obra Pay it Forward, de Catherine Ryan Hyde, a mobilização, que contou com a adesão de 250 mil pessoas em 2010, chega ao país com a proposta de disseminar uma nova cultura baseada em práticas cotidianas de gentileza.
A ideia central é mostrar que boas ações são simples, rápidas, divertidas e têm um enorme potencial de transformar a sociedade, ou seja, o impacto social de uma boa ação, de um gesto de carinho ou de uma gentileza gera um fator multiplicador de bem-estar social.
Com a adesão, o Brasil se une à mobilização participativa que em 2011 será realizada em 30 países: Austrália, Estados Unidos, Canadá, Nova Zelândia, África do Sul, Inglaterra, Cingapura, México, Escócia, Irlanda, Itália, França, Fiji, Rússia, Índia, Holanda, Bélgica, Noruega, Argentina, Espanha, Turquia, Síria, Croácia, Bósnia, Herzegovina, Coreia do Sul, Porto Rico, Suécia e Costa Rica.
Com a meta de inspirar mais de três milhões de atos de gentileza em todo o mundo, a edição 2011 tem por marco o dia 28 de abril, para uma mobilização global, em larga escala, em torno do chamado Pay it Forward Day (Dia Mundial da Boa Ação, em livre adaptação). Nessa data, milhares de pessoas confirmam a sua adesão, praticando um ato de gentileza. A atividade deve ser algo simples e desinteressado e a pessoa deve fazer um único pedido: o beneficiado pelo ato deve passar adiante a gentileza.
“É maravilhoso como uma simples ideia pode mudar o mundo; uma boa ação por vez. Espero que todos possam se juntar neste dia e passar o princípio adiante”, afirma Catherine Ryan Hyde, cuja obra inspirou também o filme homônimo protagonizado por Kevin Spacey, Helen Hunt, James Caviezel e Haley J. Osment.
Segundo Leonardo Eloi, idealizador da realização do movimento no Brasil, “o propósito é transformar a cultura das pessoas em relação ao altruísmo, solidariedade e irmandade de uma forma simples, cool e geradora de resultado”. Já a jornalista Mariana Fonseca, uma das coordenadoras da campanha no país, lembra que muitas das ações não envolvem dinheiro e que o movimento não é exclusivo ao auxílio de pessoas em situação de risco social. “Há inúmeros exemplos de doação de gentileza em forma de atos, como ajudar o vizinho a transportar as compras ou simplesmente segurar o elevador”, exemplifica.
Adesões à mobilização social
A edição nacional do movimento colaborativo já conquistou parceiros importantes no Brasil. Na última semana a Primavera Editorial e ONG Banco de Alimentos anunciaram que aderiram ao projeto global. A editora doará ao longo de 2011 livros do portfólio para entidades e organizações não governamentais. “Acreditamos firmemente nessa premissa e estamos engajados no movimento. Por essa razão, periodicamente doaremos exemplares de ficção e dos selos técnicos, destinados a incentivar novos leitores e a encantar os contumazes”, afirma Lourdes Magalhães, presidente da empresa.
Entre as diversas publicações que serão doadas, destaque para 60 exemplares da obra “Um chef sem segredos: receitas consagradas explicadas passo a passo”, de Luiz Cintra. Os livros serão enviados às cozinheiras que atuam em entidades assistidas pela organização não-governamental Banco de Alimentos, que, além das doações de alimentos, ministra workshops periódicos destinados a ensinar práticas de aproveitamento integral dos alimentos.
Pioneira no conceito de colheita urbana no Brasil e com o desafio diário de “buscar onde sobra para levar onde falta”, a ONG tem mobilizado a sociedade, há 13 anos, em prol da luta contra a fome e o desperdício de alimentos por meio de ações e projetos focados na educação e na conscientização social. Para se ter ideia da importância do tema, estima-se que cerca de 39 milhões de quilos de alimentos sejam desperdiçados diariamente no país.
A cada mês, a instituição distribui em média 44 toneladas de alimentos, total que alimenta 22.171 brasileiros por dia. De janeiro de 1999 a dezembro de 2009, a ONG evitou que mais de 3.849 toneladas de alimentos fossem transformadas em lixo. Esse combate ao desperdício e à fome resultou, no período, em quase 36 milhões de refeições complementadas e em mais de sete milhões de atendimentos nas 51 instituições sociais cadastradas.
A Corrente do Bem – Telefone: (11) 5182-1806
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