Entenda Como Funciona O Treinamento Dos Cachorros
Os cães-guias são aqueles que ajudam pessoas com deficiência visual, guiando e auxiliando na locomoção. São animais inteligentes e dedicados, que tornam a rotina do cidadão mais fácil. Mas é preciso cuidar, proporcionar descanso para o cachorro e dar carinho e atenção.
De acordo com dados do IBGE, existem mais de sete milhões de pessoas com deficiência visual no Brasil, sendo 580 mil completamente cegos e 6,5 milhões com visão baixa. São esses indivíduos que contam com a ajuda dos cães-guia para deixar a vida mais fácil e com qualidade.
Os cães-guia têm vários benefícios para quem tem deficiência visual. Eles ajudam a tornar a rotina mais prática, auxiliando na orientação, na locomoção e reduzindo o risco de acidentes. Além disso, ainda promovem a autonomia e independência de quem tem deficiência na visão.
A necessidade de uma vida com mais qualidade para as pessoas com deficiências visuais foi essencial para mudar as normas em relação aos cães-guia. Em 2005, a Lei nº 11.126 passou a dar direito aos cachorros de entrarem e permanecerem em locais abertos ou fechados, com os titulares.
As raças mais comuns dos cães-guia são o Golden Retriever, Labrador e Pastor Alemão. Isso porque, para realizar o trabalho, eles precisam ser fortes e inteligentes, além de serem amigáveis e leais. Como o treinamento é rigoroso e eles seguem uma vida regrada, eles têm que ser atentos e conseguirem se adaptar a diferentes realidades.
Como o cão se torna um guia?
Nem todos os cães podem se tornar cães-guias, principalmente porque o investimento para isso é muito alto, cerca de 35 mil reais. Por isso, é mais indicado que sejam utilizadas raças mais resistentes, com genéticas boas e menos propensas a doenças, evitando desperdício financeiro e de tempo.
O processo até se tornar um cão-guia passa por um treinamento intenso e longo, no qual são trabalhados o controle de distrações, a socialização e o desenvolvimento de técnicas que se adaptem às pessoas com deficiência visual, já que eles serão os olhos desses cidadãos.
No total, são quase dois anos de treinamento. No início, o cão fica dentro do instituto, desenvolvendo as técnicas necessárias. Após isso, no segundo ano, ele é acolhido por uma família socializadora, que expõe o animal às situações normais na vida de uma pessoa com deficiência visual, para que ele se acostume com a rotina e possa ajudar no dia a dia.
Após os dias com a família, os cães ainda voltam para o treinamento, onde ficam por volta de cinco meses aprendendo a seguir comandos e desviar de obstáculos. Depois da formação completa, eles poderão ser doados para transformar a vida de pessoas com deficiência visual por todo o Brasil.
Desafio para conseguir um cão-guia
O grande desafio de ter mais cães-guias disponíveis para quem precisa é que há poucos animais com o treinamento completo, prontos para irem para as casas de portadores de deficiência. O recurso é difícil e caro e, geralmente, feito por ONGs, ou seja, que precisam de investimentos externos para conseguirem manter o processo acontecendo.
Além disso, também é difícil achar famílias dispostas a serem socializadoras, aceitando os desafios do processo. Essas pessoas não têm custos ao receber o cão em casa, mas muitas não querem pela responsabilidade do projeto. Por isso, há poucos cães no mercado.
No Brasil, a fila de espera para solicitar cães-guias já passa das duas mil pessoas. Mas, para tornar esse recurso mais fácil para quem precisa, as organizações pedem doações da população para manter as ONGs. Quem quiser, pode doar alimentos, medicamentos e até mesmo dinheiro para ajudar no processo de treinamento dos cães.
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