
A designer mostra produtos criados pelos artesãos de Luziânia
Um dos maiores eventos de moda do país abre as portas do mercado internacional para entidade que beneficia mais de 20 pessoas
A Associação dos Artesãos de Luziânia, cidade localizada no entorno do Distrito Federal, participou da Capital Fashion Week (CFW), o terceiro maior evento de moda do país. A mostra, realizada entre os dias 18 e 20 de março, além de estimular a produção sustentável e a criatividade regional, divulgou para o exterior a moda produzida com responsabilidade social e ecológica no Brasil.
Os produtos da entidade são elaborados a partir de trançados de papel reaproveitado, criados pelos artesãos, com orientação das designers Alda Duarte e Simone Ferla, e da especialista em materiais para artes, Daniela Oliveira, em parceria com o Sebrae. As peças incluem bolsas, cestos, organizadores, pufs, revisteiros, luminárias, entre outros.
Desde o ano passado, a instituição conta com o apoio da Nave Terra, que ofereceu oficinas participativas, com o intuito de identificar novos talentos e técnicas, dentro do Projeto Artesania. Exemplo foi a substituição de impermeabilização com toxicidade para impermeabilizantes biodegradáveis e atóxicos, que tornam a produção mais saudável e sustentável. Também foi realizado trabalho para resgatar a identidade local.
“Descobrimos que Luziânia, apesar de sua história interessante, possui uma população que pouco se identifica com ela. Mas até essa falta de identidade pode ser reciclada e recolocada na forma desses produtos, feitos a partir de papel reaproveitado”, destaca Ronaldo Weigand, que acompanha os trabalhos promovidos pela Nave Terra. Atualmente, a instituição presta assessoria semanal e está em busca de financiadores para a continuidade desse trabalho.
A Associação de Luziânia beneficia hoje entre 20 e 30 pessoas, que participam das atividades de forma regular. “Mas há um número bem maior de artesãos com menor regularidade, cujas técnicas ainda podem ser valorizadas e envolvidas no projeto posteriormente, dependendo da disponibilidade de recursos”, afirma Weigand.
Ainda segundo ele, a receptividade dos produtos foi satisfatória durante o CFW, devido à qualidade do artesanato. “Todas as peças apresentadas foram aceitas. O evento abriu a comunicação com novos compradores, inclusive do exterior. O acesso a esses mercados diferenciados é fundamental para uma remuneração adequada”, avalia. Para este ano, a meta é conseguir um financiamento para dar sustentabilidade ao projeto, comprar maquinário para aumentar a produtividade, e se colocar de forma efetiva no mercado, com o estabelecimento de uma identidade visual para a associação e a criação de um site para as vendas.
Nave Terra – Telefone: (61) 8166-6074
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