Caixa Econômica Federal financia projeto de geração de renda para mulheres quilombolas do Mato Grosso do Sul. Comunidades negras dos municípios de Piraputanga, Rochedo e Jaraguarí são beneficiadas pelo programa
No Brasil, país onde esta concentrada a segunda maior população negra do mundo, perdendo apenas para a Nigéria, são inúmeras comunidades remanescente dos quilombos espalhadas por todo o território nacional, muitas vivendo em situação de isolamento social. No Mato Grosso do Sul, os municípios de Jaraguari, Piraputanga e Rochedo, abrigam as comunidades rurais de Furnas do Dionísio, Córrego das Antas e Boa Sorte, todas remanescente de quilombos, onde a Caixa Econômica Federal está repassando recursos para implementação do Projeto Gerando Renda entre Mulheres Quilombolas.
O projeto com valor de R$ 45.000,00, conta com recursos OGU (Orçamento Geral da União) repassados através do Ministério do Desenvolvimento Agrário pelo PRONAF (Programa Nacional de Agricultura Familiar), e beneficia mais de 150 famílias visando melhorar a renda familiar através da confecção de produtos manufaturados que agreguem valor étnico cultural da raça negra.
Desde janeiro deste ano, 60 mulheres das três comunidades negras estão resgatando a cultura através de oficinas técnicas de estamparia, cestaria e fuxico – uma técnica de costura que surgiu durante a escravidão quando os negros colhiam retalhos desprezados pelos senhores de engenho e reaproveitavam para produzir roupas e acessórios. Além das aulas práticas de produção, as mulheres da comunidade recebem conhecimentos sobre leis de mercado, contabilidade, comercialização, cooperativismo, economia solidária, além das oficinas de identidade racial e ética.
O projeto vem sendo desenvolvido pela Organização Não Governamental Associação Mulher Informação (Inter Ativa), em parceria com o Grupo TEZ (Trabalhos e Estudos Zumbi) e da Coordenadoria Especial de Políticas Públicas para a Mulher. A coordenação esta sob a responsabilidade da psicóloga social Jacy Curado e do artista plástico Galvão Pretto, onde o principal objetivo é promover o empoderamento da mulher negra quilombola através da formação de grupos de geração de renda, para a produção de manufaturados que respeitem e valorizem seus valores estéticos, éticos e raciais.
Além do reconhecimento do trabalho através de convites para expor seus produtos em Campo Grande e em Feiras Nacionais, o Projeto foi indicado pela CAIXA para se inscrever no Programa CAIXA Melhores Práticas em Gestão Local que seleciona as melhores experiências brasileiras para o prêmio Best Practices and Local Leadership Programme (BLP), das Nações Unidas. Implementado pela Agência Habitat, o Best Practices premia bianualmente, com US$ 30 mil, as 100 melhores práticas mundiais em gestão local.
Site: www.caixa.gov.br
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