
Brinquedos ecológicos podem ser adquiridos na Rio Eco Consciente
Numa entrevista realizada no final de julho, por e-mail, o cartunista Leonardo Valença contou ao Responsabilidade Social.com como a temática ambiental se tornou o escopo de um trabalho que já lhe rendeu o Prêmio de Melhor Cartum, em 2012, no Green Nation Fest. “O cartum como ferramenta de problematização de questões ambientais pode atuar como importante meio de conscientização social acerca dessa temática, principalmente no contexto atual, no qual o planeta carece de novos modelos de gestão dos seus recursos naturais”, destaca o também ilustrador de 39 anos.
Entre os trabalhos desenvolvidos dentro desse tema, destaque para o livro “Aquecimento Global em Cartuns”, organizado por ele, em 2010, em parceria com o Portal Brazil Cartoon. Em 2012, Léo lançou o Almanaque Ecológico do Lucas pela Editora PoD. Apresentado pelo personagem Lucas, um duende ecológico, o almanaque apresenta textos com uma linguagem simples e didática, ilustrações e passatempos que incentivam práticas que conscientizam sobre a importância da preservação ambiental. A publicação é destinada para professores, alunos e escolas de todo o Brasil.
Em junho último, o duende Lucas saiu das páginas do almanaque para participar das brincadeiras e teatrinhos para crianças, por meio do boneco, disponível na loja virtual da Rio Eco Consciente. “É essencial que as crianças mais cedo aprendem a importância de preservar o meio ambiente. E para isso, nada como brinquedos ecológicos, de modo que enquanto se divertem, aprendem sobre este aspecto cada vez mais importante da vida”, observa.
Formado em Publicidade pela Escola Técnica de Comunicação do Rio de Janeiro, ele participou, em 2006, da mostra Arte pela Paz promovido pelo Estúdio de Arte HQ, no qual recebeu o 1º lugar na votação online. Em 2008, colaborou no “Livro dos Políticos – A hilariante política no Brasil” de Heródoto Barbeiro e Bruna Cantele da Editora Ediouro. Em 2009, recebeu Menção Honrosa na categoria charge no 2º Festival Internacional de Menções Honrosas para Cartunistas no Rio de Janeiro.
Na entrevista, ele detalha esse trabalho, avalia o mercado para brinquedos ecológicos no Brasil, conta o que já mudou no dia a dia para reduzir a ‘pegada ecológica’ e antecipa as metas para o próximo ano. Acompanhe.
Responsabilidade Social – Você tem um trabalho voltado para temática ambiental, tendo já organizado o livro “Aquecimento Global em cartuns”, composto por tirinhas e quadrinhos elaborados por você e outros 24 artistas brasileiros e produzido o “Almanaque Ecológico do Lucas”. Como começou o seu interesse por esse tema e como você acordou para os cuidados socioambientais?
Leonardo Valença – O cartunista é um profissional que está sempre antenado ao que acontece ao seu redor, e os problemas que temos hoje – de cunho social, político, econômico e agora a questão ambiental com o aquecimento global – nos afetam diariamente e têm sido fontes de constante inspiração para as minhas criações. Eu utilizo representações bem-humoradas, por meio do humor gráfico, para tratar um tema nada amistoso como esse. Pinguins torrando no sol ou um urso polar solitário em cima de um pequeno pedaço de gelo são alguns dos exemplos desses cartuns irreverentes que provocam o público e o faz pensar.
O cartum como ferramenta de problematização de questões ambientais pode atuar como importante meio de conscientização social acerca dessa temática, principalmente no contexto atual, no qual o planeta carece de novos modelos de gestão dos seus recursos naturais.
Eu percebia que o assunto atraía cada vez mais a atenção dos profissionais de humor gráfico, que o citavam em salões de humor e exposições. O tema da ecologia sempre foi abraçado por artistas, e agora mais do que nunca, com esse problema mundial que atualmente pipoca em forma de reportagens, notas e editoriais.
RS – No mês de junho, o personagem Lucas, um duende ecológico que ama e protege as plantas e os animais e personagem principal do Almanaque, virou boneco. Como você avalia essa evolução do seu trabalho? Há, de fato, atualmente mais interesse em produtos que tenham essa ‘pegada ambiental’?
LV – A educação infantil é parte fundamental na criação de todo ser humano, é o momento onde se formam as primeiras noções conceituais do mundo e se constroem noções fundamentais que irão definir boa parte da postura do indivíduo ao longo da vida. Por isso é importante ter cuidado com o que os pequenos estão aprendendo. Brincar é um dos elementos mais importantes nesse processo. As atividades lúdicas trabalham diversas áreas de conhecimento, físico e emocional.
É essencial que as crianças mais cedo aprendem a importância de preservar o meio ambiente. Então, nada melhor do que prepará-las para se tornarem futuros consumidores conscientes e adultos responsáveis. E para isso, nada como brinquedos ecológicos, de modo que enquanto se divertem, aprendem sobre este aspecto cada vez mais importante da vida: a consciência ambiental.
O duende Lucas sai das páginas do almanaque para participar das brincadeiras e teatrinhos para crianças que estão aprendendo educação ambiental nas escolas. Torna-se assim uma importante ferramenta lúdica assim como o almanaque na conscientização ambiental para o público infantil. Atualmente, as empresas fabricantes estão investindo cada vez mais na produção de brinquedos ecológicos e mais educativos. Eles transmitem valores como respeito ao próximo e ao meio ambiente. Eles ensinam a reciclar através de jogos, outros geram energia limpa, como a energia eólica, baterias solares, entre outros.
RS – Para você, quais são os principais desafios para se trabalhar nessa área no Brasil? É um mercado promissor? Por quê?
LV – Nós vivemos em um País ainda com grande déficit educacional. Muitas crianças estão fora das escolas, o ensino está sucateado por governos incompetentes, professores mal-pagos e mal-preparados, enfim, há muito por se fazer pela educação brasileira. Ela é a chave para um futuro melhor, com gerações mais esclarecidas, politizadas e capazes de cuidar melhor do planeta do que cuidamos até agora.
Precisamos colocar a matéria “consciência ecológica” em todas as escolas desde o ensino fundamental. Todo mundo tem que entender a importância da reciclagem, coleta seletiva, usinas de tratamento de lixo orgânico e de despoluição de água. Todo mundo tem que aprender a não jogar lixo na rua, não desperdiçar água, não desmatar, não construir em áreas de mananciais e beiras de morros e rios. Precisam também ser mais politizados e combativos pra lutarem contra governos que não querem cumprir tratados e protocolos internacionais pela defesa do meio ambiente.
O desenvolvimento sustentável deve estar, também, aliado à educação ambiental. A família e a escola devem ser os iniciadores da educação para preservar o ambiente natural. A criança, desde cedo, deve aprender cuidar da natureza. É no seio familiar e na escola é que se deve iniciar a conscientização do cuidado com o meio ambiente natural. É fundamental essa educação ambiental, pois, responsabilizará o educando para o resto de sua vida.
RS – Esse envolvimento profissional com tema ambiental já refletiu em mudanças de atitude na vida pessoal? O que você alterou para reduzir a pegada ecológica?
LV – Sim. Tenho mudado pequenos hábitos cotidianos, mas que fazem a diferença. Como por exemplo, evitar deixar aparelhos eletrônicos no modo de espera em stand by; evitar acender lâmpadas durante o dia; tirar televisão, aparelhos de dvds, sons e outros aparelhos da tomada pois assim terei uma economia na minha conta. Precisamos nos tornar agentes voluntários do “apagão”, ou seja, apagando todas as luzes desnecessárias na casa, trabalho, etc. A conta nem sempre é você quem paga, mas o ônus ambiental reflete em todo o planeta. Compro aparelhos eletrodomésticos que possuem avaliação “A” no selo Procel. Eles ajudam a diminuir a conta de luz e permitem uso mais eficiente de energia elétrica.
Realizo cyberativismo através da internet, principalmente nas redes sociais em favor das causas ambientais (devido a minha filiação ao Greenpeace e o WWF). Além disso, optei ainda em publicar o livro sob demanda.O livro pode ser comprado pelo site da editora PoD – Print On Demand ou seja, você encomenda seu livro e só depois disso ele é impresso. Com isso, nada de estoques parados nem de desperdício de papel. Dessa forma, a impressão sob demanda usa os recursos naturais de forma racional e inteligente, contribuindo para garantir a médio e longo prazo um planeta melhor.
RS – Há algum novo trabalho em curso? Quais as metas para o segundo semestre deste ano e para 2014?
LV – Pretendo lançar um site dedicado ao personagem Lucas no início de 2014 que reunirá uma coletânea de cartuns ecológicos de minha autoria e algumas dicas e informações sobre preservação ambiental para crianças.
Leonardo Valença – E-mail: leovalencarj@gmail.com – Site da editora para a compra do livro – Site da loja onde estão sendo vendidos os brinquedos ecológicos inspirados no Lucas
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