No final do mês de abril, teve início uma nova etapa na vida de 120 moradores de comunidades carentes da Zona Oeste do Rio. Esses cidadãos receberam os diplomas de conclusão da primeira etapa do Programa de Capacitação para o Trabalho, do Banco da Providência, uma iniciativa patrocinada pela Merck Brasil.
Realizado desde 2007 com o apoio de instituições e empresas privadas, o programa atendeu, em 2012, a 592 famílias de diversas comunidades cariocas. O projeto é voltado para as famílias consideradas abaixo da linha da pobreza (com renda per capta familiar de até R$ 140 mensais), e preparam os alunos para a criação de um negócio familiar ou inserção no mercado de trabalho.
Na entrevista, a coordenadora de Responsabilidade Social Corporativa da Merck Brasil, Cléo Ferreira, detalha o programa e apresenta a política social do grupo, presente hoje em mais de 60 países. “A atuação da Merck está pautada pelo chamado triple botton line, que incorpora as questões sociais e ambientais como fundamentos para o sucesso econômico e o desempenho empresarial”, resume.
Com atuação no Brasil desde 1923, hoje a Merck é uma das dez maiores indústrias farmacêuticas do País e emprega 1,1 mil pessoas. Segundo a organização, o programa de responsabilidade social corporativa tem como princípio o compromisso com os funcionários, com a sociedade e com o meio ambiente. O objetivo é contribuir tanto com a melhoria da qualidade de vida de seus funcionários, como proporcionar a inclusão de pessoas com deficiência e crianças e jovens em risco social. Dessa forma, a empresa colabora a partir do apoio a projetos e ações que valorizam a cultura e a cidadania. Confira.
Responsabilidade Social – A atuação da Merck está apoiada no tripé sustentável, que prevê respeito ao meio ambiente, responsabilidade social e sucesso econômico?
Cléo Ferreira – A atuação da Merck está pautada pelo chamado triple botton line, que incorpora as questões sociais e ambientais como fundamentos para o sucesso econômico e o desempenho empresarial.
RS – Como está pautada a política de responsabilidade social da empresa?
CF – Por um planejamento estratégico de ações internas e externas, geradas pela coordenação de responsabilidade socioambiental e aprovado por um comitê gestor formado pela direção da empresa.
RS – A instituição está presente em 67 países, entre eles o Brasil. Essa gestão muda de país para país? Quais as principais diretrizes de responsabilidade social no Brasil?
CF – As diretrizes da organização estão definidas globalmente em sua missão e valores. A gestão e as práticas relacionadas à responsabilidade socioambiental de cada unidade, obviamente, são adaptadas às realidades locais. No Brasil estão pautadas pelo PQV (Programa de Qualidade de Vida Merck), voltado para o desenvolvimento pessoal e profissional de nossos colaboradores. E para a dimensão social no âmbito dos negócios e o relacionamento ético como nossos stakeholders.
RS – Que resultados podem ser apresentados?
CF – Internamente com iniciativas que estimulam o conhecimento, a inovação e o bem-estar no ambiente de trabalho, e com ações em parceria com as áreas de negócios. Externamente com o apoio a projetos voltados para o desenvolvimento social comunitário.
RS – Você pode destacar os projetos sociais que a instituição apoiará em 2013 no País?
CF – No Rio de Janeiro, temos o projeto ‘Capoeira Cidadã’, que além das aulas de capoeira, possibilita aos jovens atendidos o acesso a um amplo espectro de conhecimento em áreas ligadas a essa arte, além de apoio escolar, seminários de cidadania, oficinas profissionalizantes de artesanato e inclusão digital. Destaque também para o projeto ‘Escola de Música e Cidadania da Cidade de Deus’, que propõe o desenvolvimento social de jovens a partir do aprendizado musical de instrumentos, como violino, viola, violoncelo, contrabaixo, trompa, entre outros. Cito ainda o projeto ‘CapacitaRH’. Trata-se de uma parceria entre o Sistema Firjan e a Merck, o Projeto CapacitaRH oferece curso de capacitação profissional gratuito para 25 pessoas portadoras de deficiência. São alunos de diferentes idades e necessidades especiais distintas que serão capacitados por meio da metodologia do SESI/ SENAI para o mercado de trabalho.
A instituição desenvolve também a iniciativa “Agência de Família Gardênia Azul”. A ação é realizada pelo Banco da Providência e oferece cursos de capacitação para o trabalho a famílias abaixo da linha da pobreza. Ao final dos cursos, os participantes são encaminhados para a inserção no mercado de trabalho formal ou informal, pela contratação de empresas ou pelo incentivo à criação de negócios próprios.
Ainda dentro do escopo social, a empresa promove a ‘Ação Comunitária’, realizada uma vez por ano em parceria com instituições públicas e privadas. A iniciativa configura um dos eventos mais importantes em termos de resgate da cidadania e prestação de serviços gratuitos para a comunidade de Jacarepaguá e adjacências. A iniciativa abrange desde o oferecimento de serviços na área da saúde, como exames preventivos e doação de óculos, até cuidados pessoais, como corte de cabelo e massagens. Artes e cidadania também são temas presentes, por meio dos serviços de documentação civil, carteira de trabalho, defensoria pública, orientação jurídica, entre outros, além de apresentações de teatro, oficinas de capacitação artesanal e educação ambiental.
Em São Paulo, há o projeto ‘Equoterapia’. Realizada em Cotia, a iniciativa tem como objetivo promover saúde e educação a crianças e jovens com dificuldades motoras, emocionais e de aprendizagem, utilizando o cavalo como meio de tratamento, contribuindo assim, para a integração social.
RS – Na sua opinião, a relação entre indústria farmacêutica e ambiente já chegou a um ponto de equilíbrio?
CF – Não. Ainda há temas que precisam de um debate mais amplo, por exemplo, na questão do descarte de materiais e em ações informativas de saúde pública preventiva.
RS – Quais os principais desafios que a Merck ainda enfrenta na área de responsabilidade socioambiental?
CF – O desafio é ter uma visão cada vez mais ampla de seus diversos públicos e da sociedade.
RS – É possível adiantar as metas da instituição nesse setor para 2013?
CF – Trabalhamos exatamente para superar os desafios: disseminar cada vez mais o tema junto a lideranças e ampliar nossas parcerias tanto interna, com as áreas de negócio, quanto externamente.
RS – O que é, em sua opinião, responsabilidade social, econômica e ambiental?
CF – É conduzir os negócios de modo a tornar a empresa co-responsável pelo desenvolvimento social de forma ética e sustentável. É uma visão de longo prazo. As empresas geram receitas e crescem, mas também têm que contribuir para que a sociedade se desenvolva. As empresas, ao adotarem um comportamento socialmente responsável, são agentes de transformação e podem influenciar políticas públicas que favoreçam a população.
Merck Brasil – Telefone: (11) 5095-2660
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