Quando o assunto são criptomoedas, as principais manchetes destacam os ganhos financeiros trazidos por este mercado. Só que elas também possuem outra grande utilidade como ferramentas de ajuda humanitária, com nomes como Bitcoin (BTC) e Cardano (ADA) servindo como ponte nessas áreas.
Afinal, as criptomoedas são ativos que não possuem o controle de nenhuma empresa ou governo, já que são totalmente descentralizadas. E graças a isso, populações de vários países do mundo recorreram a esses ativos não para especular preço, mas sim para não passar fome.
Da Venezuela até a Ucrânia, de cidadãos comuns até jornalistas, as criptomoedas podem beneficiar diversas causas humanitárias. E no texto de hoje vamos conhecer alguns exemplos disso mundo afora.
Bitcoin e Dash na Venezuela
A Venezuela é o principal exemplo de crise humanitária por causa da proximidade com o Brasil. O país vizinho experimentou uma enorme crise de fome e pobreza desde o início do século, mas que se agravou durante os anos de 2013 até 2019.
Neste período, a inflação do país chegou a superar 10.000% em 2018 – a inflação não oficial chegou a impressionantes 1.000.000%! Mais de 80% da população entrou na linha de pobreza e o país conviveu com uma escassez crônica de produtos básicos, como alimentos e até papel higiênico.
Sem uma moeda confiável e proibidos de comprar dólar, os venezuelanos recorreram às criptomoedas. Nesse sentido, o BTC e sobretudo a criptomoeda Dash (DASH) viraram o refúgio da população contra a crise, permitindo que os venezuelanos poupassem em moeda forte e conseguissem comprar comida e outros bens.
Além disso, como as criptomoedas não estão ligadas ao governo nem a bancos, elas não podem ser confiscadas pelo governo. Isso fez com que muitos venezuelanos refugiados fora do país utilizassem BTC e DASH para enviar dinheiro aos seus familiares, uma forma direta de ajuda humanitária.
Human Rights Foundation (HRF)
A HRF é uma fundação internacional criada em 2005 por Thor Halvorssen Mendoza, um produtor de cinema venezuelano (olha eles aí de novo!) e defensor dos direitos humanos. Seu objetivo é promover a proteção aos direitos humanos, especialmente em sociedades fechadas como regimes autoritários e ditaduras.
Em 2020, a HRF decidiu se abrir para as criptomoedas e lançou o Bitcoin Development Fund (BDF), um fundo que apoia a rede do Bitcoin. Neste fundo, a HRF fornece apoio para desenvolvedores com o objetivo de manter o BTC sólido, resistente à censura para que a criptomoeda exerça seu papel de apoio aos direitos humanos ao redor do mundo.
Qualquer pessoa pode doar valores em BTC para ajudar esse fundo, e os recursos são direcionados exclusivamente para ações voltadas para a criptomoeda.
Cardano e BNB
Nem todas as criptomoedas são descentralizadas como o BTC. A maioria delas possui alguma empresa ou grande instituição por trás, que comanda o desenvolvimento da rede. É o caso da Cardano (ADA), que possui uma fundação própria, e a BNB, criptomoeda da exchange Binance.
A ADA é controlada pela Input Output Hong Kong (IOHK) e pela Fundação Cardano, que possuem várias causas humanitárias. Uma delas é utilizar a blockchain para fornecer documentos de identificação para pessoas, permitindo que elas tenham acesso a serviços básicos em seus países (Atala PRISM).
Por outro lado, a Binance tem a Binance Charity Foundation (BCF), que é o braço filantrópico da exchange. A BCF é uma fundação por excelência, captando fundos para apoiar causas pelo planeta, inclusive durante a pandemia de Covid-19.
Quem possui BNB pode doar seus tokens diretamente pela blockchain e conferir todas as transações do fundo. Dessa forma, os usuários podem conferir como a exchange utiliza os fundos, utilizando a transparência das transações em blockchain.
Em suma, a arquitetura das criptomoedas permite o apoio a causas humanitárias de forma segura, transparente e que pode ajudar a salvar milhares de vidas.
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