O ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso receberá no dia 10 de julho o Prêmio John W. Kluge. A distinção, que inclui o montante de US$ 1 milhão, será entregue em Washington pela Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos. A iniciativa reconhece acadêmicos das áreas de ciências humanas e sociais, categoria não abrangida pelo Nobel.
“Sua análise acadêmica das estruturas sociais do governo, da economia e das relações raciais no Brasil estabeleceram a base intelectual para sua liderança como presidente na transformação do Brasil de uma ditadura militar com alta inflação em uma democracia vibrante e mais inclusiva com forte crescimento econômico”, destacou a Biblioteca do Congresso em comunicado sobre a escolha de Cardoso.
A instituição também ressaltou a “enorme energia intelectual” do ex-presidente, autor ou co-autor de mais de 23 livros acadêmicos e de 116 artigos científicos. “Cardoso tornou-se internacionalmente conhecido pela análise inovadora desenvolvida com o chileno Enzo Faletto no debate das melhores alternativas para o desenvolvimento. Essa estrutura interpretativa abriu o caminho para novas ideias e alternativas e influenciou gerações de acadêmicos na América Latina, nos Estados Unidos e no mundo, antecipando o conceito posterior de ‘globalização’”, diz o comunicado.
O trabalho em parceria com Faletto está no livro “Dependência e Desenvolvimento na América Latina”, de 1969. A Biblioteca do Congresso também destacou os anos de exílio de Cardoso, durante o regime militar no Brasil, nos quais “publicou prolificamente” e lecionou em instituições líderes na América Latina, França e Estados Unidos.
Professor emérito da Universidade de São Paulo, Cardoso foi presidente do Brasil de 1995 a 2002, tendo antes sido senador da República (1983 a 1992), ministro das Relações Exteriores (1992) e ministro da Fazenda (1993 e 1994). “Em termos puramente acadêmicos, Fernando Henrique Cardoso deve ser considerado o mais destacado cientista político do fim do século 20 na América Latina”, disse James Billington, responsável pela Biblioteca do Congresso.
“O presidente Cardoso tem sido o acadêmico moderno que combina o estudo aprofundado com o respeito pela evidência empírica. Sua aspiração fundamental é buscar sobre a sociedade a verdade que melhor possa ser determinada, enquanto se mantém aberto à revisão de conclusões diante de novas evidências”, conclui Billington.
Lançado em 2003, o Prêmio Kluge é internacional e não tem periodicidade. Foi entregue pela última vez em 2008. Entre os sete ganhadores anteriores estão os filósofos Paul Ricoeur, da França, e o polonês Leszek Kolakowski e os historiadores John Hope Franklin (dos Estados Unidos) e Yu Ying-shih (nascido na China e radicado nos Estados Unidos).
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