Uma equipe multidisciplinar participa, desde o final de julho, de um treinamento para acompanhar o processo de certificação das organizações no quesito responsabilidade socioambiental. As aulas ocorrem na Faculdade Municipal Franco Motoro, em Mogi Guaçu, em São Paulo, e são uma iniciativa do Centro de Aprendizagem e Desenvolvimento Social Sustentável (CADESS).
Segundo os organizadores, o objetivo é formar gestores e auditores capazes de avaliar se as gestões empresariais atendem aos diversos critérios a serem contemplados nos relatórios dos balanços sociais e ambientais, bem como à ISO 26000, um guia de diretrizes lançado mundialmente em novembro do ano passado para orientar na implantação de uma gestão socialmente responsável.
Participam do curso advogados, engenheiros, contadores, psicólogos, gestores ambientais, publicitários, especialistas em tecnologia da informação, entre outros. Espera-se, ainda, que esses profissioanis integrem o Sistema de Monitoração e Informação Social e Ambiental (Simasa).
De acordo com o facilitador do curso, Takashi Yamauchi, é necessário que a equipe seja diversificada e que os profissionais trabalhem de forma integrada para cumprir os diversos critérios a serem contemplados nos relatórios dos balanços sociais e ambientais. Isso porque, as ações socioambientais passam a ser uma ferramenta de avaliação das organizações e instrumento de seleção de fornecedores privados e públicos, na compra de produtos e serviços, inclusive com preferência nas licitações, conforme Lei Federal nº 12.187/09 e o Decreto Federal nº 7.358/10.
“Percebemos que a sociedade civil organizada em parceria com o setor empresarial e a comunidade pode desenvolver programas do balanço social e ambiental aliados a ações sociais, esportivias, culturais e educacionais. Assim, o que é despesa para consecução e implantação do balanço social, passa a ser uma forma de renúncia e incentivo fiscal, deduzindo da base de cálculo dos tributos. Com o mesmo mecanismo, a empresa poderá implementar outras ações, inclusive atendendo às recomendações da ISO 26.000”, detalha.
Na opinião do especialista, a grande novidade da ISO 26.000 é que ela não estabelece métodos ou modelos, mas sim remete a legislações vigentes em cada país. A implantação dessa norma para certificação requer algumas recomendações. As empresas e demais organizações deverão comprovar exigências, como por exemplo: desenvolver atividades em consonância com as ações dos conselhos municipais e não de forma isolada; promover ações sociais e ambientais mitigadas na localidade onde a organização atua; trabalhar com instituições do terceiro setor; e observar as normas nacionais em relação ao trabalho, tributos e meio ambiente.
“Muitas empresas já estão se adequando, pois a ISO veio apenas reforçar as normas e as legislações vigentes, portanto sem novidade para organizações que estão em dia”, completa Yamauchi especialista em terceiro setor e relator da Norma de ABNT NBR 16.001, 16.002, 16.003 e da ISO 26.000. Takashi Yamauchi destaca, ainda, que a implementação desse mecanismo é não obrigatória. “Não é uma norma punitiva, mas restritiva”, conclui. O curso conta com o apoio do Centro de Estudos e Difusão do Terceiro Setor (Apto) e do Instituto de Fomento e Apoio ao Terceiro Setor (Apoio Brasil).
CADESS – Telefone: (19) 3362-6050
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