Sergio Arditti

Instalações da Planeta Biodiesel

A crise financeira mundial em nada atrapalhou os planos da Planeta Biodiesel, que há dois anos trabalha para a produção do combustível limpo. Instalada em Morumbi, no Estado de São Paulo, a instituição viu na turbulência econômica uma oportunidade de negócio e os resultados virão neste ano. O cenário positivo é do presidente da empresa, Sergio Arditti. Segundo ele, nesse setor não há crise e sim solução para ela. “Estamos ofertando um equipamento que faz combustível, economiza dinheiro no abastecimento de veículos e máquinas e também alimenta
geradores movidos a diesel”, destaca.

Trata-se de “mini usinas”, capazes de transformar óleos vegetais, como soja, dendê, mamona, girassol, pinhão manso, amendoim e também gordura animal pré-tratada em biodiesel. O trabalho de Arditti teve início em maio de 2007, após uma viagem pela Europa para conhecer alguns equipamentos in loco para feitura do combustível e estudar o mercado brasileiro. Em março do ano seguinte, ele começou a divulgar a tecnologia pelo Brasil, em parceria com a ONG Trevo, maior coletora de óleo usado de fritura no estado de São Paulo. Como resultado, a instituição tem hoje 16 representantes em todo o país e planeja iniciar a comercialização dos equipamentos no próximo mês.

“A meta é vender pelo menos cinco unidades do modelo PB-01 150 (produz 150 litros do combustível por dia) a cada 8 horas por mês”, antecipa. Segundo ele, esse mercado é promissor em todo mundo e não será diferente no Brasil. “Nosso alvo hoje é a responsabilidade socioambiental de prefeituras, organizações do terceiro setor e de produtores rurais que querem fazer seu próprio biodiesel para uso próprio ou para venda”, explica.

Todos os equipamentos são funcionais e se adequam aos mais variados ambientes, de fazendas a edifícios fechados, numa produção que pode chegar a 60.000 litros do material por dia. Além da venda, a empresa também dará consultoria sobre a técnica de feitura do biodiesel e do sabão da glicerina bruta que sobra do processo. “Inclusive fazemos uma planilha de viabilidade econômica de cada tipo de matéria-prima utilizada”, garante.

Por se tratar de um produto inovador no mercado brasileiro, Arditti diz que ainda está em curso um rigoroso trabalho de divulgação. E todo esse empenho está muito além de puro interesse comercial. “Por lei, toda empresa pode direcionar 2% de seu Imposto de Renda devido para responsabilidade social, assim o cliente pode ter uma verba para montar seu projeto de coleta de óleo usado e dar sustentabilidade a várias famílias com empregos dignos e qualidade de vida, que é nosso objetivo principal na venda de nossas mini usinas”, defende.

Mesmo nova no mercado, a empresa já deu os primeiros passos rumo à expansão, com a abertura de distribuidores em países da América Latina. “Começamos por Equador, Argentina, Uruguai, Chile, com showroom em andamento em cada um desses países. As máquinas virão direto de nossa fábrica, nos Estados Unidos, e serão montadas pelo distribuidor”, conclui.

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