
Graças ao Alfasol jovens e adultos aprenderam a ler e escrever não apenas no Brasil, mas também em países distantes como Timor Leste, Moçambique, Cabo Verde, Guatemala e São Tomé e Príncipe.
Como enfrentar o desafio brasileiro de alfabetizar 16 milhões de jovens e adultos? Foi com base nesse desafio que em 1997 foi criado o Alfabetização Solidária (AlfaSol), uma organização da sociedade civil sem fins lucrativos e de utilidade pública, que adota um modelo simples de alfabetização inicial, inovador e de baixo custo, baseado no sistema de parcerias com os diversos setores da sociedade. A Organização trabalha pela redução dos altos índices de analfabetismo no país (da ordem de 13,6 % segundo o censo de 2000 do IBGE).
Por trás de uma operação desse vulto, está a gestão de Regina Célia Vasconcelos Esteves. A Superintendente Executiva e Coordenadora Nacional é certamente a grande responsável pelo crescimento e êxito do programa, que hoje conta com apoio de doações individuais e corporativas, como é o caso da campanha “Adote um Aluno”.
Regina Esteves nasceu em Campinas, São Paulo, cursou Administração de Empresas na Universidade São Marcos e fez mestrado em Administração Universitária em Chicago. Aos 23 anos já era pró-reitora comunitária da São Marcos. No início de 1996, participou em Brasília da primeira reunião do Comunidade Solidária. Logo depois foi convidada pela coordenadora do programa, a ex-primeira dama Ruth Cardoso, para conceber o projeto do AlfaSol.
O programa começou suas atividades em janeiro de 1997. No primeiro módulo, atendeu apenas 9,2 mil alunos em 38 municípios das Regiões Norte e Nordeste, capacitando 442 alfabetizadores e contando com 11 empresas parceiras e 38 universidades envolvidas. Hoje, a AlfaSol já registra o atendimento a mais de 5 milhões de alunos em mais de 2000 municípios brasileiros e já capacitou mais de 235 mil alfabetizadores. Um trabalho que contou com a parceria de 178 empresas e instituições governamentais e 136 Instituições de Ensino Superior (IES) parceiras.
Para chegar a números tão expressivos a Organização passou por um longo caminho de aprendizado e amadurecimento que consolidou seu método de trabalho, hoje reconhecido não só no Brasil como em vários outros países. A ação engajada do AlfaSol lhe valeu uma série de prêmios entre eles o ‘Best Practice Certificate 2002’ da ONU, a ‘ Comenius Medal’ da UNESCO e a Condecoração da Ordem do Rio Branco.
Atualmente o AlfaSol desenvolve duas grandes frentes de ação. Está presente em 2.066 municípios brasileiros, atuando prioritariamente em áreas com os mais baixos Índices de Desenvolvimento Humano (IDH) e que possuem os maiores índices de analfabetismo segundo dados do IBGE. Outra iniciativa paralela é o Projeto Grandes Centros Urbanos, lançado em julho de 1999, com o objetivo de atender alunos das regiões metropolitanas. O trabalho começou em São Paulo e Rio de Janeiro, mais foi ampliado para os bolsões de analfabetismo de Brasília, Fortaleza, Belo Horizonte, Goiânia, João Pessoa, Salvador, Curitiba, Recife, Natal, São Luis e Teresina.
O Brasil tem atualmente cerca de 16 milhões de analfabetos e metade deste número está concentrada em menos de 10% dos municípios do país. A dura realidade desses indíviduos, categoramente tolhidos de sua cidadania, é o objeto de ação do AlfaSol que tem mudado a realidade de milhares de brasileiros, como é o caso de Maria de Lourdes, 63 anos, do munícipio de Pombal na Paraíba. Maria de Lourdes trabalhou na lavoura desde os dez anos de idade. Só pôde realizar o sonho de estudar a cerca de quatro anos, quando ingressou numa classe da Alfabetização Solidária. “As professoras passavam de casa em casa, chamando quem não sabia ler e escrever para entrar no curso”, conta. Agora, já cursa a 4ª série do ensino fundamental em uma turma de Educação de Jovens e Adultos. “Ela participa de todas as atividades e só tira notas boas”, diz a professora Leiliane Almeida de Melo Freitas, de 30 anos.
Site: www.alfabetização.org.br
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