
Milú Villela
O ano de 2001 foi classificado pela Organização das Nações Unidas (ONU) como o “Ano Internacional do Voluntariado”. Em 2003, o Brasil ainda colhe os louros daquele ano – período em que foi demonstrado o enorme poder do voluntariado no Brasil (a ponto de deixar muitos países desenvolvidos boquiabertos). Isso aconteceu especialmente pelo fato de o crescimento do número de voluntários ter sido de 20 milhões para 30 milhões, sem que o Terceiro Setor contasse com qualquer apoio do governo federal. Pesquisa do Ibope revela que um em cada quatro brasileiros pratica trabalho voluntário e pelo menos dois terços das empresas do país apóiam alguma entidade do setor. E mais: boa parte desses projetos ainda existe e é viável graças à sua auto-sustentabilidade.
O nome que está à frente dessa grande transformação no país é Milú Villela, empresária e presidente do Comitê Brasileiro para o Ano Internacional do Voluntário. Ela foi convidada a representar o Brasil durante a 57a sessão da Assembléia Geral da ONU, realizada em 26 de novembro, em Nova York, Estados Unidos. O encontro serviu de base para definir as diretrizes a serem seguidas pelos países membros no sentido de promover a continuidade das ações voluntárias iniciadas em 2001. O evento significou muito para o Brasil, uma vez que Milú foi convidada a abrir a sessão do encontro, numa das raras vezes em que um membro da sociedade civil é convocado a participar de reunião desse tipo. Em seu discurso, Milú apresentou a proposta elaborada pela Missão Brasileira junto à ONU chamada “Seguimento do Ano Internacional do Voluntariado”, na qual um dos principais pontos destacou a adoção definitiva de cinco de dezembro como ‘Dia Internacional do Voluntário’. O documento teve sua aprovação confirmada com a assinatura de 142 países.
Além de apresentar conquistas e propostas brasileiras, Milú declarou na convenção a sua estratégia para fazer com que o voluntariado cresça ainda mais no Brasil. Segundo ela, um dos maiores potenciais está na força dos jovens – eternos sonhadores de um mundo melhor. Há no país 56 milhões de jovens de até 22 anos que freqüentam escolas. Para conseguir chegar até eles, a empresária propõe parcerias com o Ministério da Educação, Conselho Nacional das Secretarias de Educação e com a União Nacional de Dirigentes Municipais de Ensino. Por meio dessas instituições, é possível chegar às escolas e implementar uma política de valorização do voluntariado entre alunos de todo o país. Além da vontade de trabalhar – bastante comum aos jovens – a prática do voluntariado nas escolas pode ser um importante instrumento de ensino da cidadania.
Site: www.facaparte.org.br
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