Marísia Donatelli

Marísia Donatelli

A secretária geral da Associação Cristã de Moços (ACM), em São Paulo, Marísia Donatelli, recebeu nesta semana o Prêmio Construtora da Paz, que homenageia mulheres engajadas em todos os países. O reconhecimento não é à-toa. Há 45 anos, a economista dedica-se ao terceiro setor e nesse período passou por vários cargos dentro da instituição, que está entre as dez maiores entidades filantrópicas no Brasil em volume de atendimento e projetos socioculturais.

Marísia Donatelli começou a trabalhar na ACM aos 16 anos, num período que a mulher tentava se sobressair a inúmeras restrições para trabalhar fora. No início do processo contou com o apoio do pai, Otávio, que precisou autorizar o ingresso da moça, ainda menor de idade, na instituição. “A inserção na associação foi uma quebra de paradigmas. Fui a primeira funcionária com menos de 18 anos a trabalhar na entidade”, orgulha-se.

Hoje, ela ocupa o cargo máximo entre os secretários e também preside a Rede Mundial das ACMs Urbanas, duas funções de peso dentro da instituição e do cenário filantrópico. Para a economista, uma das suas maiores satisfações dentro da associação, foi a oportunidade em participar das comemorações dos seus 150 anos. Ela que iniciou sua carreira quando a organização ainda estava se firmando em São Paulo, pode acompanhar de perto sua história e contribuir para seu crescimento, além de participar de eventos internacionais, com autoridades de diversas localidades do mundo. “Creio que foi na associação em que vivenciei grandes momentos que marcaram minha vida e um deles foi o fato de ajudar a escrever essa história por estar à frente dela”, declara.

Hoje à frente das atividades sociais da ACM, Marísia considera que o terceiro setor cresceu em determinados aspectos como na consciência, no trabalho voluntário e na profissionalização das pessoas, mas que ainda caminha focando aqueles menos favorecidos. “Creio que o terceiro setor ainda recebe um tratamento muito sacrificado porque não é muito bem entendido pelas autoridades, líderes e governos. Eles precisam entender que deveriam ter as instituições como grandes aliadas do programa, prestando assessoria à população”, admite.

Criada em 1844 na Inglaterra, a associação tem hoje no Brasil 12 unidades esportivas e 19 pontos de atendimento social, entre eles, oito Centros de Desenvolvimento Comunitário (CDCs), além de cerca de 50 mil associados e 17 mil assistidos só pela ACM São Paulo. Nos 12 centros esportivos, sócios e beneficiários podem praticar esportes aquáticos, musculação, exercícios aeróbicos, jogos de quadra. A instituição ainda promove atividades em acampamentos, intercâmbio internacional, aulas de surf e viagens de aventura.

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