
Na nossa 29ª edição prestamos uma justa homenagem a Augusto Boal, dramaturgo e importante ativista social brasileiro. O carioca Augusto Boal ganhou o respeito internacional, com traduções em mais de vinte línguas, de suas teorias acerca do Teatro do Oprimido. Filho do português José Augusto Boal e da dona de casa Albertina Pinto, é casado e pai de dois filhos. Estudou na School of Dramatic Arts da Universidade de Columbia, nos Estados Unidos, onde foi aluno do dramaturgo John Gassner. Sua maior obra é o Teatro do Oprimido, que transforma o espectador em elemento ativo, protagonista do espetáculo.
Com o golpe militar de 1964, Augusto Boal, em parceria com Gianfrancesco Guarnieri (ator decisivo na peça Eles Não Usam Black-tie) inauguraria uma linha nacionalista do Teatro de Arena, uma revolução cultural – por assim dizer – na dramaturgia brasileira. No Teatro de Arena estreou a peça Revolução na América do Sul, protagonizada por José da Silva, vítima de todas as explorações da classe dominante. Em 1971, partiu para o exílio e seu retorno definitivo ao Brasil só ocorreria em 1986. Durante o exílio, Boal desenvolveu experiências teatrais em diversos países, merecendo o reconhecimento do público, da crítica, dos estudiosos e do meio teatral. O jornal britânico “The Guardian” chegou a dizer: “Augusto Boal reinventou o Teatro Político e é uma figura internacional tão importante quanto Brecht ou Stanislawsky.”
Contudo, a principal contribuição de Augusto Boal à cultura nacional foi ter cunhados as bases para o Teatro do Oprimido. Este, por sua vez, é um método estético que reúne exercícios, jogos e técnicas teatrais que objetivam a desmecanização física e intelectual de seus praticantes e a democratização do teatro. O Teatro do Oprimido cria condições práticas para que o “oprimido” se aproprie dos meios de produzir teatro e amplie suas possibilidades de expressão. O método, considerado inovador e participativo, correu o mundo e hoje vários países adotam o Teatro do Oprimido como instrumento de socialização (ver http://www.theatreoftheoppressed.org).
A melhor definição para o método, segundo o próprio Boal, “seria a de que se trata do teatro das classes oprimidas e de todos os oprimidos, mesmo no interior dessas classes”. As técnicas para desenvolvê-lo compreendem o teatro invisível, o teatro-imagem e o teatro-foro, e visam a transformar o espectador em protagonista da ação dramática e, “através dessa transformação, ajudar o espectador a preparar ações reais que o conduzam à própria liberação”.
Entre em contato com o Teatro do Oprimido: www.ctorio.com.br
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