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Vida no Sertão Nordestino

setembro 24, 2020 by admin Leave a Comment

O algodão, que um dia foi comparado ao ouro pela riqueza que gerava no Nordeste, entrou em franca decadência no final dos anos 80. Com a abertura da economia às importações, as rigorosas secas e a infestação das plantações pelo bicudo, o cultivo dessa fibra – que chegou a ocupar 3,5 milhões de hectares e empregar 2,3 milhões de trabalhadores – foi sendo drasticamente reduzida.

Em 1999, estava restrita a apenas 135 mil hectares, onde trabalhavam 250 mil pessoas. O reflexo dessa decadência foi a migração em massa dos trabalhadores e de suas famílias para comunidades de baixa renda nas cidades, especialmente do Sudeste do País. Numa tentativa de garantir meios de subsistência para esses agricultores e fixá-los no campo, o COEP (Comitê de Entidades no Combate à Fome e pela Vida) apoiou um projeto inovador no semi-árido Nordestino de revitalização do cultivo do algodão.

O presidente do COEP Nacional, André Spitz, diz que no ano 2000, quando o projeto começou a ser desenvolvido, as condições eram bastante favoráveis à retomada da produção do algodão. A demanda por essa fibra natural, que veste hoje 47% da humanidade, tinha grande potencial para ser incrementada devido à crescente procura por produtos naturais e à escassez de petróleo, matéria-prima das fibras sintéticas. Além disso, a indústria têxtil nordestina enfrentava dificuldades para obter matéria-prima de qualidade, pois muitas usinas de beneficiamento da região haviam fechado com a crise da cultura.

Estimulado por esse cenário favorável, o COEP articulou uma parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) para o cultivo de um novo tipo de algodão, que exige pouca água para crescer, e a implantação, na própria comunidade, de uma mini-usina para o beneficiamento da fibra. Assim, os pequenos agricultores, que antes vendiam o algodão em caroço, puderam passar a entregá-lo em pluma diretamente à indústria, aumentando em até 100% seu rendimento.

O local escolhido para a implantação da experiência piloto foi o assentamento de Margarida Maria Alves, localizado no município de Juarez Távora, na Paraíba. Com uma população eminentemente rural e renda média familiar inferior a um salário mínimo, o município tem uma economia baseada na agricultura, principalmente do algodão, e à época enfrentava diversos problemas como baixa produtividade, má qualidade da fibra e rigorosas secas.

O primeiro passo para viabilizar a produção foi a capacitação maciça dos trabalhadores em novas tecnologias de cultivo, desde a preparação do solo, escolha da semente adequada, controle do bicudo, descaroçamento, prensagem e enfardamento. Com isso, foi possível aumentar a produtividade, a qualidade da fibra e o rendimento econômico da cultura.

A seguir, com o apoio da Oficina Social do COEP, foi implantada uma mini-usina para o beneficiamento do algodão, onde é possível separar o produto colhido no campo em sementes, resíduos e plumas, que é prensada em fardos e encaminhada diretamente à indústria têxtil. Além de eliminar o intermediário, o processo de beneficiamento permitiu reter sementes de boa qualidade, que são utilizadas para o plantio da safra seguinte, e levou outros benefícios para a comunidade, como a instalação da energia elétrica, necessária ao funcionamento da mini-usina.

A metodologia de desenvolvimento do projeto e a tecnologia de ação social gerada a partir dessa experiência incentivou o COEP Nacional a articular outras parcerias entre as empresas associadas para multiplicação da experiência. Assim, com o apoio da FINEP (Financiadora de Estudos e Projetos), Chesf (Companhia Hidrelétrica do São Francisco), CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) e Coppe/UFRJ (Coordenação de Programas de Pós-Graduação em Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro) foi possível levar o projeto para cinco municípios do semi-árido nordestino: Comunidades de Peba dos Lira e Lagoa de Dentro, em São José de Piranhas, na Paraíba; Comunidade de Engenho Velho, no município de Barro, no Ceará; Assentamento José Rodrigues Sobrinho, município de Nova Cruz, no Rio Grande do Norte; Comunidade de Boi Torto, município de Bezerros, em Pernambuco e Comunidade de Quixabeira, município de Água Branca, em Alagoas.

Em cada uma dessas localidades estão sendo construídos núcleos de cultivo e beneficiamento do algodão, que geram trabalho e renda para a população e ajudam a fixar o homem na terra, contendo a migração. Esses núcleos funcionam também como pólos de desenvolvimento, atraindo benfeitorias e outras iniciativas que estimulam o crescimento local e melhoram a qualidade de vida da população.

Nesta nova etapa do projeto, o objetivo é instalar novos recursos como amassadores de sementes e teares, que além de ampliar as possibilidades de aproveitamento dos produtos, aumentam as oportunidades de geração de renda para os agricultores. Os integrantes do COEP pretendem também criar ou fortalecer associações locais e a organização da comunidade, como forma de envolver a população na conquista de sua cidadania. “Com esse projeto, o algodão voltou a ser uma mola propulsora de desenvolvimento no Nordeste, especialmente para as populações mais desassistidas”, afirma André Spitz.


E-mail: coep@coepbrasil.org.br

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