
SPVS: Projeto para preservação das araucárias
A Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental (SPVS) lançou, na quinta-feira passada, Dia Mundial do Meio Ambiente, uma campanha de preservação das florestas com Araucárias no Paraná. Ao contrário de ser apenas uma campanha de sensibilização da sociedade, a iniciativa terá ações bastante concretas. “Existem várias áreas de florestas no Paraná que estão em propriedades privadas, cujo proprietário, às vezes, não tem recursos para mantê-la. Nossa intenção é que essas áreas sejam ‘adotadas’ por empresas”, explica o diretor-executivo da SPVS, Clóvis Borges.
Com a adoção, o proprietário da área passa a ter os recursos necessários para desenvolver um amplo trabalho de preservação e um plano de manejo da área. Todo esse projeto tem a supervisão direta de técnicos e pesquisadores da SPVS, o que representa uma garantia de que os recursos serão aplicados de forma correta e transparente. Cobrindo originalmente 1/3 do território do Paraná, ou aproximadamente 7,5 milhões de hectares, as florestas com Araucárias estão hoje reduzidas a 2% da cobertura original.
Para preservar os remanescentes, a SPVS vai cadastrar proprietários interessados no “patrocínio”. A partir daí, uma equipe de técnicos da ONG vai até o local e avalia o que precisa ser feito e quanto custaria para preservar a mata. Depois, alimenta um banco de dados no qual serão cadastradas, também, as empresas interessadas em fazer doações. “É como uma agência de matrimônio – de um lado o proprietário de uma área a ser preservada, de outro uma empresa focada em responsabilidade social ligada ao meio ambiente”, diz Borges. “O resultado é que conseguiremos conservar o pouco que ainda resta das araucárias no Estado”.
Para o ambientalista, somente uma política agressiva de conservação desses remanescentes – cerca de 500 áreas pequenas, de 50 a 150 hectares – podem evitar o desaparecimento desse tipo de floresta, que além das Araucárias exibe uma série de outras espécies vegetais. “Tivemos nas últimas décadas o aniquilamento deste bioma, a despeito do rigor da lei. Na prática, a fiscalização é muito deficiente e o setor madeireiro não tem interesse na conservação”, avalia Clóvis Borges.
Site: www.spvs.org.br
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