
Em reunião realizada em setembro produtores conhecem propostas de implantação da tecnologia dos biodigestores
Suinocultores irão instalar biodigestores com tecnologia para seqüestro de carbono, com a diminuição da poluição e geração de renda
Os produtores de suínos do Distrito Federal irão adotar práticas ecologicamente corretas. Com o intuito de reduzir a agressão da atividade ao meio ambiente, os participantes do Arranjo Produtivo Local (APL) de Suinocultura deram início ao processo de instalação de biodigestores – equipamentos que permitem o tratamento de dejetos de suínos para seqüestro de carbono em suas propriedades.
A preocupação não é para menos. Pesquisas apontam que a criação de suínos está crescendo em todo o país e, com ela, a produção de dejetos. Os materiais que não tiverem tratamento adequado transformam-se numa fonte poluidora de mananciais. Para se ter uma idéia da gravidade do problema, 100 suínos poluem o equivalente a uma população de dois milhões de habitantes.
A proposta, além de ambientalmente correta, também é lucrativa. Com a instalação dos equipamentos, os dejetos são transformados em biogás e o biofertilizante. O primeiro pode ser utilizado como fonte de energia elétrica e o segundo pode substituir a adubação química. “O que era um fator de desperdício passa a ser um fator de renda. Agora será possível economizar energia e adubo e a atividade passa a ser auto-sustentável”, avalia o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária (Fape-DF), Renato Simplício.
A instalação dos aparelhos faz parte de um trabalho de implementação das licenças ambientais nas granjas de suinoculturas do DF. Alguns dos proprietários já deram entrada no Instituto Brasília Ambiental (Ibram) para receber a licença, mas para consegui-la é necessário adaptar as estruturas para trabalhar com responsabilidade ambiental e o sistema de biodigestores ajuda no processo.
Outro benefício para os produtores do DF é que a partir do projeto de instalação do sistema, as propriedades passam a adequar o tratamento de dejetos aos padrões internacionais, com a possibilidade de entrarem no mercado de crédito de carbono. O recurso gerado a partir desse mercado poderá financiar a aquisição do biodigestor tornando, dessa forma, o projeto auto-sustentável.
No mês passado, em reunião realizada na sede da federação, duas empresas apresentaram a tecnologia dos biodigestores para o grupo de produtores. Os representantes das instituições esclareceram que a solução é individual para cada suinocultor e que é o terreno que determina o projeto ideal. Também durante o encontro, os participantes tiveram informações como entrar no mercado de carbono.
APL de Suinocultura do DF
O Projeto APL de Suinocultura do DF teve início em 2006 com o objetivo de qualificar granjas e indústrias para atender às demandas do mercado local, visando o aumento da produção e produtividade do DF e Entorno. “Um dos principais pontos positivos do APL é a aproximação entre os produtores que têm uma possibilidade de trocar idéias e informações sobre a atividade. Estamos acompanhando números, a qualidade do produto, a rentabilidade e os cuidados com o meio ambiente”, destaca o suinocultor, Ivo Jacó.
A expectativa é que ao final de 2008, quando se encerra o projeto, a produção de carne suína tenha aumentado 30% nas propriedades participantes. Segundo Patrícia Ferreira, gestora do Sebrae no DF, parceiro da iniciativa, a idéia é criar um novo projeto para o triênio 2009/2011, dando continuidade as ações iniciadas.
Sebrae DF – Telefone: (61) 3362 1659
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