ONG carioca lança programa de incentivo à leitura

Programa de leitura em escola do Rio de Janeiro

Projeto desenvolvido em comunidades carentes atende hoje mais de mil leitores mirins

Gosto pela leitura, bibliotecas comunitárias, melhoria nas notas escolares e geração de emprego. São esses os resultados do projeto social “Hora da Leitura”, desenvolvido pelo Instituto da Criança, em comunidades carentes do Rio de Janeiro. Idealizado pela economista Priscila Carballido Mendes, o projeto está em funcionamento desde agosto e atende alunos do 2º ao 5º ano do ensino fundamental de escolas localizadas nas comunidades de Vila São José, São João de Meriti, Miguel Couto, Nova Iguaçu e Recreio. Ao todo, já são 1.020 leitores mirins cadastrados.

A proposta tem como lema o ensinamento do imortal da Academia Brasileira de Letras, José Mindlin, “não basta alfabetizar é preciso ensinar a ler”, e atua em dois eixos: Sala da Leitura e Biblioteca no Bairro. O primeiro, consiste numa atividade extracurricular, em que os jovens têm duas horas de rodas de leitura, duas vezes por semana, durante um ano, em salas cedidas pela comunidade. As rodas são feitas por mediadores contratados e treinados nas próprias comunidades por voluntários do instituto. Atualmente, 250 crianças participam do projeto e a primeira formatura dos leitores mirins está prevista para julho de próximo ano.

Já a “Biblioteca do Bairro” é um espaço aberto a toda a comunidade local, que funciona durante toda a semana. No local, ocorrem cursos para ensinar os participantes a realizar pesquisas e encontrar os seus temas de interesse. Há, ainda, rodas de leitura, eventos literários e o programa “Espaço Cidadão” – orientação para adultos, voltada para os pais dos leitores mirins, possibilitando, assim, o desenvolvimento integral das crianças.

Apenas em dois meses em funcionamento, os resultados já são mensuráveis. “Com o projeto, o retorno social é imenso. A partir das rodas de leitura, estamos desenvolvendo novos leitores e, como conseqüência, a criança apresentará melhoria na escola, principalmente na matéria Português. O programa também gerou empregos nas comunidades, com contratação de estagiários, que trabalham como mediadores e que também são incentivados na leitura”, destaca Priscila Mendes.

Os organizadores já conseguiram arrecadar cerca de 4000 livros, contrataram nove estagiários e abriram 900 vagas para as “Salas de Leitura”. “Estamos aprendendo com os erros e acertos desse primeiro piloto com o objetivo de aprimorá-lo para ser futuramente replicado, dado que é para larga escala e possui um custo fixo baixo”, avalia Priscila Mendes.

Segundo ela, a meta do projeto é completar as 650 vagas ainda disponíveis, dar continuidade no treinamento dos mediadores da leitura, para serem bem sucedidos na missão de formar leitores, desenvolver parcerias para captação de recursos, padronizar os procedimentos operacionais para replicar o programa e abrir duas bibliotecas até julho de 2009.

Também nessa Edição :
Perfil: Marísia Donatelli
Entrevista: Jorge Alexandre Cruz
Artigo: O discurso da sustentabilidade
Notícia: O que deu na mídia (edição 63)
Notícia: Aprendizado em casa
Notícia: Educação ambiental a um click
Oferta de Trabalho: Procura-se (10/2008)