
Crianças aprendem sobre reciclagem do óleo de cozinha
Coleta e destinação correta de óleo de fritura em São Paulo geram recursos para projetos sociais na outra ponta do país. Ação é destaque em relatório da ONU
Cerca de 20 mil litros de óleo de cozinha utilizado em frituras e descartados pela população do Grande ABC, em São Paulo, serão o suficiente para mudar a realidade de projetos sociais desenvolvidos na região amazônica. A ação é resultado da primeira campanha do projeto “Óleo do Bem”, desenvolvido pelo Instituto Lótus, que prevê ações ostensivas para o uso, coleta e destinação correta do produto. O trabalho foi feito em duas etapas. Primeiro, o instituto incentivou a população a doar o óleo. Em seguida, transformou o material em recursos financeiros. “Nós contamos com a colaboração de empresas especializadas no ramo de coleta e reciclagem do óleo de cozinha e habilitadas por órgãos competentes. Elas compram o material doado, o que gera receita para aplicação em ações em comunidades carentes”, explica o coordenador do projeto, Alessandro Ayudarte.
Essa campanha, intitulada como “Óleo da Fraternidade”, é desenvolvida em parceria com a Diocese de Santo André e está em funcionamento desde setembro passado. Os recursos arrecadados até agora estão depositados em conta corrente e serão repassados para projetos escolhidos por um comitê composto por dez membros, sendo dois do instituto e oito indicados pela Diocese. “A seleção é rigorosa. O projeto precisa, por exemplo, estar de acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e com a Lei Orgânica da Assistência Social (Loas)”, destaca Ayudarte.
Os nomes dos projetos beneficiados devem ser apresentados ainda neste mês. Além do cunho social, a iniciativa também merece destaque por sua atuação para a preservação do meio ambiente, em especial, da água. Estudos realizados pela Universidade Federal do Rio de Janeiro constataram que cada litro de óleo de cozinha tem potencial para poluir milhares de litros de água. Mais: dados da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) apontam que, somente na capital paulista, são realizados por volta de 80 mil desentupimentos causados principalmente pelo acúmulo de gordura.
O projeto foi incluído como uma das dez mais inovadoras tecnologias sociais em defesa dos recursos hídricos e constará em relatório do Conselho Econômico e Social da Organização das Nações Unidas (ONU), que será apresentado em Nova Iorque, em julho deste ano. A prática concorreu com outras 150.
Expansão
Para este ano, o instituto espera multiplicar volume do material arrecado e com isso atender mais projetos. Somente na campanha “Óleo da Fraternidade”, a meta é chegar à marca dos 250 mil litros, 12,5 vezes mais. Outros 1,1 milhão de litros serão arrecadados em outras duas ações, que devem mobilizar um número maior de parceiros. A primeira – “Óleo por Educação” – iniciada neste mês, irá apoiar projetos educacionais, como ações de inclusão digital, bibliotecas fixas ou ambulantes, atividades de alfabetização de adultos, educação emocional de crianças no ensino fundamental, entre outros.
Já o “Óleo pelo Social”, previsto para começar na segunda quinzena de maio, destinará recursos para projetos na grande São Paulo, preferencialmente ações de geração de emprego e renda e, ainda, de cunho educacional. Também nesses dois casos, um comitê decisório formado por membros indicados pelas entidades, instituições e empresas que aderirem à campanha selecionará os projetos beneficiados. “A proposta desse comitê é garantir a transparência do processo”, conclui Ayudarte.
Instituto Lótus – Tel.: (11) 3499.7384
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